A Polícia Federal revelou uma complexa rede de apoio ao Comando Vermelho (CV) em Roraima, liderada por Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, conhecida como "Porcelana". Aos 23 anos, ela é investigada por financiar a fuga de detentos e possui um histórico criminal ligado ao tráfico de drogas desde 2022.
As investigações indicam que Porcelana alugava veículos e realizava depósitos financeiros que beneficiavam a organização criminosa. Em 2022, ela foi condenada por tráfico e agora enfrenta novos desdobramentos relacionados à sua atuação em facilitar a fuga de quatro membros do CV do maior presídio do estado. As autoridades apreenderam 47 comprovantes de depósitos bancários e contratos de locação de veículos associados a ela e seu namorado, Thiago Lima dos Santos, conhecido como "TH da Zona Leste", que foi morto em julho deste ano em Manaus.
Um dos registros mais significativos inclui um comprovante de R$ 5 mil transferidos por Porcelana para um preso em Boa Vista, identificado como membro da facção. Este pagamento foi encontrado durante uma busca na residência do casal, em Boa Vista.
Além disso, dois Jeep Renegade alugados, que serviam ao transporte de drogas entre Manaus e Boa Vista, foram rastreados pela PF. Um dos veículos foi apreendido sob a posse de Thiago, que alegou que o carro foi entregue por um indivíduo conhecido apenas como “Júnior”, que teria papel central no transporte de carros e drogas entre os estados.
A PF designou mandados de busca na casa de Porcelana em Manaus durante uma operação quinta-feira, mas ela não foi localizada, havendo indícios de que estava no Rio de Janeiro. A polícia investiga se a mulher violou os termos do regime semiaberto ao viajar.
Notavelmente, um dia após a operação, Porcelana expressou sua dor em redes sociais pela morte de Francisco Myller Moreira da Cunha, um líder do CV no estado, em uma postagem que gerou preocupação sobre seu envolvimento contínuo com a organização. As mais recentes investigações da Polícia Civil indicaram que ela e Thiago financiaram a fuga dos detentos, fornecendo suporte logístico e financeiro.
No passado, em 2022, quando Porcelana e Thiago foram detidos, a PF confiscou 1,7 kg de cocaína, 32 g de maconha, além de armamentos, incluindo pistolas com numeração raspada. Em 2023, o casal foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto por tráfico e porte ilegal de armas.
A Polícia Civil de Roraima destaca que os dois desempenharam um papel ativo ao fornecer apoio aos foragidos durante sua trajetória de fuga entre Boa Vista e o Amazonas, utilizando rotas previamente estabelecidas e contatos já monitorados pela PF. Após sua condenação, Porcelana solicitou cumprir a sentença em Manaus, próximo às filhas pequenas, e obteve autorização judicial, no entanto, a situação atual de seu regime ainda não foi confirmada pelo judiciário amazonense.