Movimentos sociais de 61 países se reunirão em Belém para participar da Cúpula dos Povos, um evento que marca o retorno de discussões paralelas às Conferências das Partes (COP), após três edições anteriores em que tais encontros foram proibidos. Para a cidade de Belém, essa oportunidade representa mais do que um simples evento; é um momento de orgulho, recebendo olhares e esperanças de todo o mundo.
"Estamos aqui, somos a floresta. A floresta é um conjunto, não apenas árvores e animais", afirmou Yuri Paulino, membro da Comissão Política da Cúpula. O evento ocorre em um contexto em que o futuro da humanidade está em debate, mas também traz a esperança que a Amazônia simboliza para muitos. O orgulho dos belenenses, já familiarizados em acolher multidões devido ao Círio de Nazaré, se reflete no brilho e na fé que iluminam a Basílica de Nazaré, mesmo após o término de uma das maiores manifestações religiosas do mundo.
A COP 30, que nesta edição volta a ser realizada em um país democrático, busca promover diálogos inclusivos. Sebastián Muñoz, representante colombiano, enfatizou a importância do respeito aos direitos para permitir a troca entre diferentes vozes e culturas. "Aqui existe respeito pelos direitos, e isso é fundamental para que possamos nos encontrar e discutir", destacou.
A Casa Brasil, em Belém, está aberta a visitantes de diversos lugares do mundo, oferecendo a possibilidade de um imersão na biodiversidade da Amazônia. O fotógrafo Renato Soares, que capta a essência das várias etnias presentes na região, expressa a beleza da diversidade: "Se eu for falando, vamos mais de 100 etnias. Decidi fotografar o que temos de mais bonito, que é a nossa felicidade".
O clima que permeia a cidade e a Cúpula é de reflexão e união. Maria Isabel Oliveira, estudante local, comentou sobre o impacto das mudanças climáticas: "Nós, amazônidas, sofremos as consequências do que a COP tenta evitar. Aqui em Belém, nós somos a própria COP". O simples ato de se reunir, conversar e partilhar experiências é considerado uma verdadeira vitória.
Movimentos sociais de 61 países estão prontos para iniciar um diálogo amplo sobre as questões que afetam o planeta, reafirmando a importância do engajamento e da união em prol de um futuro sustentável.