A guerra de drones evolui em um ritmo alarmante, desafiando as tecnologias de defesa tradicionais e exigindo soluções rápidas e adaptáveis. Matt McCrann, CEO da DroneShield nos EUA, afirmou que os ciclos de desenvolvimento na indústria agora são medidos em semanas, e não em meses ou anos. "As soluções que poderiam resolver apenas os problemas atuais não são mais suficientes; precisamos de sistemas que sejam modulares e adaptáveis", ressaltou.
Com um foco crescente em defesa contra drones, a empresa australiana DroneShield desenvolve tecnologias capazes de detectar, rastrear e interferir em drones, operando em toda a Europa com contratos multimilionários com as forças armadas dos EUA. A demanda por essas soluções tem aumentado significativamente, especialmente na Ucrânia, onde a presença de drones tem afetado tanto infraestrutura militar quanto civil.
O impacto das investidas com drones é visível em diversas frentes. Ataques russos na Ucrânia não só tiveram como alvo instalações militares, mas também civis e de energia, evidenciando a necessidade urgente de tecnologias de defesa mais eficazes. No Ocidente, a percepção de que as defesas atuais contra drones são inadequadas está se espalhando rapidamente. McCrann observou que "aumentar a consciência sobre as ameaças é essencial", uma vez que conflitos como os enfrentados na Ucrânia demonstram a eficácia das inovações de drones.
Ucrânia e Rússia estão desenvolvendo tecnologias de drones e sistemas de resposta em um ritmo acelerado. O ex-chefe das Forças de Sistemas Não Tripulados da Ucrânia, Coronel Vadym Sukharevskyi, já alertou que nenhuma força da OTAN está preparada para lidar com a quantidade crescente de drones, o que se torna uma preocupação crítica diante de uma possível guerra de drones em larga escala no Ocidente.
A Europa e os EUA estão também atentos ao que acontece na Ucrânia, com líderes militares e políticos enfatizando a necessidade de modernizar os processos de desenvolvimento de armamentos. Luke Pollard, ministro das Forças Armadas do Reino Unido, salientou que as metodologias atuais estão desatualizadas, e a urgência por novas tecnologias não pode ser subestimada.
Com a possibilidade de um novo tipo de corrida armamentista, tanto a Rússia quanto a China estão investindo fortemente no setor de drone, sinalizando que futuras batalhas podem ter características muito diferentes. Os líderes do setor defensivo estão se mobilizando para se adaptar às rápidas mudanças que a inovação em defesa cibernética exige, com um apelo geral por uma abordagem mais ágil e escalável para enfrentar as ameaças emergentes no campo de batalha.