Desdobramentos no Caso do Roubo do Louvre
As investigações sobre o roubo das joias do Museu do Louvre em Paris ganharam um novo capítulo com a prisão do quarto suspeito envolvido, nesta terça-feira em Laval. O indivíduo, ainda não identificado, é acusado de "robo em banda organizada" e "associação de malhetores", e já se encontra sob custódia policial em Paris.
Desde o audacioso crime ocorrido em outubro, a polícia de Paris tem se empenhado em desvendar essa intrigante trama, conhecido como o "roubo do século". Além do último detido, três outros suspeitos, um homem de 31 anos e duas mulheres de 40, também foram presos, segundo a fiscalização policial.
Joias ainda desaparecidas
As joias, avaliadas em cerca de 88 milhões de euros, continuam desaparecidas e não foram recuperadas até o momento. As investigações se intensificaram ao longo do último mês e meio, com a detenção de dois suspeitos em Aubervilliers, que entraram na galeria utilizando coletes amarelos para se passar por trabalhadores.
Um dos suspeitos, conhecido nas redes sociais como “Doudou Cross Bitume”, teve seu ADN encontrado em vitrine quebradas e em objetos abandonados. Ele admitiu participação no crime mediante a orientação de pessoas não identificadas. Seu cúmplice, um argelino de 34 anos, também deixou amostras de DNA em um dos scooters usados na fuga.
Fatos que chamam a atenção
A promotora de justiça, Laure Beccuau, destacou que muitos dos envolvidos têm perfis fora do usual no crime organizado, porém tendem a cometer delitos graves com rapidez. Nesse contexto, um relatório de segurança realizado pela Van Cleef Arpels em 2018 já havia apontado a entrada pelo balcão como uma vulnerabilidade crítica no sistema de segurança do museu.
O relatório, que não havia chegado à Justiça parisiense até então, apresenta informações valiosas que poderiam levar a novas pistas sobre possíveis instigadores do crime, que se beneficiaram da vazamento dessa auditoria.
Medidas pós-roubo
O Louvre, ciente dos riscos, agora tomou a decisão de transferir suas joias mais valiosas para o Banco da França, localizado próximo ao museu. Essa decisão é mais uma tentativa de proteger o acervo, que já havia sofrido um grande abalo em sua reputação desde o roubo da Mona Lisa em 1911.
Além disso, autoridades do museu decidiram fechar uma ala recentemente por questões de segurança em suas instalações. Essa situação acendeu a discussão sobre a eficácia das medidas de segurança no Louvre, ressaltando a necessidade de aprimorar a proteção do acervo que representa séculos de história.