Movimentações Políticas no Rio Apontam Novos Nomes para 2026
A prisão de Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), abriu um vácuo político na direita do estado, permitindo a entrada de novos nomes, chamados de "outsiders", nas disputas eleitorais. Entre eles, destacam-se Italo Marisili, um psiquiatra e influenciador, e Rafael Luz, um bombeiro e ex-policial que já se posiciona como pré-candidato.
Marisili, que conquistou notoriedade nas redes sociais, tem atraído a atenção de partidos como Republicanos e PSD, enquanto Luz é pré-candidato pelo partido Missão, focando no combate ao crime. As recentes movimentações políticas ocorreram em meio a um aparente distanciamento da esquerda por parte do atual prefeito Eduardo Paes e seu grupo político.
A prisão de Bacellar, ocorrida na última quarta-feira, foi motivada por acusações de vazamento de informações sobre a operação que resultou na prisão do deputado estadual TH Joias (MDB). Com a queda de Bacellar, o cenário político se torna mais imprevisível e abre espaço para candidatos fora do tradicional espectro da direita no estado.
Apelidado de "Marçal fluminense", em referência ao ex-coach Pablo Marçal, que disputou a prefeitura de São Paulo em 2024, Marisili apresenta mais de 2,3 milhões de seguidores nas redes sociais. Crescendo em popularidade ao divulgar capacitações em segurança pública e marketing digital, ele se destacou como um influenciador ligado ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho, que faleceu em 2021. Marisili chegou a ser considerado para o cargo de ministro da Saúde em 2020, mas as negociações não avançaram.
Por sua vez, Luz, que é próximo ao presidente do partido Missão, Renan Santos, planeja uma chapa voltada para o combate ao crime organizado e ao contraterrorismo. As áreas em que atua são frequentemente abordadas em suas redes sociais e participação em podcasts. Para a sua chapa, ele deverá contar com o Sargento Martins, membro da Patrulha Móvel da PMERJ, como vice.
— Hoje, o campo da direita está muito aberto aqui no Rio. Vejo os nomes que têm sido lançados, incluindo Bacellar, como representantes do Centrão. Eles se adaptam às circunstâncias. Acredito que nossa candidatura é a única verdadeiramente de direita no estado — afirma Rafael Luz.
O ex-policial Rodrigo Pimentel também figura como um nome testado nas pesquisas. Em entrevista, ele relatou ter recebido contatos de presidentes de partidos, mas ressalvou que não se sentou para discutir possibilidades e descarta a chance de concorrer a um cargo estadual. Além disso, o ex-governador Wilson Witzel, que sofreu impeachment em 2021, busca uma reaproximação da disputa política. Ele tem promovido reuniões com legendas da base do atual governador Cláudio Castro (PL).
Witzel mencionou que pretende voltar à corrida pelo Guanabara, apesar da ausência dos direitos políticos, que resultou na indeferência de sua candidatura pelas instâncias eleitorais em 2022.
— Na minha visão, o estado tem uma vocação para eleger um candidato de direita, e o debate sobre o combate ao crime organizado será central na eleição do próximo ano. É evidente que meu trabalho nesse campo será relevante para os eleitores — afirmou Witzel.
As recentes movimentações políticas coincidem com tentativas de Paes e seus representantes de sinalizar certa neutralidade e afastamento da esquerda, para angariar mais apoio no cenário estadual. O vice-prefeito, Eduardo Cavalieire (PSD), manifestou descontentamento com o PT e defendeu a neutralidade do PSD para melhor posicionamento no estado.
