Eleições em Honduras: OEA pede agilidade no escrutínio
A Organização dos Estados Americanos (OEA) expressou preocupação com a lentidão no processo de contagem de votos das eleições presidenciais realizadas em Honduras no dia 30 de novembro. A entidade criticou abertamente a falta de eficiência demonstrada nas etapas iniciais do escrutínio, alertando para os problemas técnicos que estão atrasando a finalização dos resultados.
O cenário atual traz incerteza quanto ao resultado das eleições. As autoridades eleitorais suspendem a contagem de votos e não comunicam as razões para a interrupção durante um momento crítico. Até o momento, mais de 88% das cédulas foram contabilizadas, e o candidato conservador, Nasry Asfura, possui uma ligeira vantagem com 40,20% dos votos em comparação com Salvador Nasralla, que obteve 35,9% dos votos.
A OEA, através de sua missão de observação eleitoral, enfatizou em um comunicado a “marcada falta de perícia no desenvolvimento e execução” do processo de contagem, e fez um apelo para que a contagem de votos seja acelerada. O órgão destacou o comando irregular na gestão do material eleitoral, que foi marcado por atrasos e intermitências na contagem.
Entre os problemas mencionados, a missão da OEA ressaltou a dificuldade em acessar as estatísticas em tempo real no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o que gerou críticas intensas dos candidatos. A OEA advertiu que é imperativo garantir a transparência nas etapas subsequentes do processo eleitoral, incluindo a fase de impugnações, e assegurou que a integridade eleitoral deve ser respeitada.
As reações da situação não tardaram. O partido oficialista, Libre, denunciou fraudes eleitorais e pediu a anulação das eleições presidenciais. Marlon Ochoa, representante do partido no CNE, alegou que houveram “erros e inconsistências” que comprometem a lisura do resultado, apontando falhas graves durante a transmissão dos resultados preliminares, que envolvem suspeitas de manipulação.
O debate sobre a validade das eleições esquenta ainda mais. A candidata Rixi Moncada, que obteve apenas 19% dos votos, está em terceiro lugar, o que levou seus aliados a contestar a legitimidade do pleito. Em um desdobramento significativo, Salvador Nasralla contestou a narrativa do partido Libre, afirmando que não é necessário anular as eleições, mas que devem ser encontrados profissionais competentes para gerenciar a contagem efetivamente. Nasralla fez um apelo para que a verdade prevaleça diante das acusações de irregularidades.
Asfura, por sua vez, não se manifestou claramente sobre as acusações, mas tem se posicionado como uma figura forte no cenário político, defendendo que não irá alimentar a incerteza sobre o resultado das eleições.
A OEA e diversos observadores internacionais continuam acompanhando a situação de perto, enquanto as tensões aumentam nas ruas de Honduras. O resultado final e a construção de uma democracia consolidada dependem da resolução rápida e transparente dessas alegações delicadas de fraude e má gestão eleitoral.