Críticas e Propostas sobre o Impeachment no Senado Brasileiro
Na última terça-feira, 8 de dezembro de 2025, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator do projeto que atualiza as regras sobre o impeachment de autoridades, expressou sua opinião sobre a recente decisão do ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Rocha, a decisão de Mendes foi precipitada e interfere diretamente no trabalho do Senado.
O senador afirmou que a pressão originada pela Corte pode forçar o Senado a discutir e votar a nova lei de impeachment ainda este ano. Para ele, a legislação que regula o impeachment atualmente, que data de 1950, já não se alinha com as necessidades e expectativas contemporâneas da sociedade brasileira.
“Acredito que a decisão oferecida pelo STF não era o caminho mais adequado. Poderiam ter esperado uma discussão mais profunda no colegiado. A nossa proposta já estava sendo amadurecida e é fruto de um diálogo amplo e efetivo dentro do Congresso”, destacou Rocha.
Propostas sobre a Nova Lei de Impeachment
O senador ressalta que o novo projeto de impeachment deve ser visto como uma exceção, e não como uma ferramenta para simples descontentamento político ou votação momentânea. Ele argumenta que “impeachment deve ser algo sério e que demande decisões ponderadas, e não pode ser usado de forma irresponsável.”
Indagado se a nova lei de impeachment seria efetivamente votada este ano, Rocha foi claro: “Se o STF continuar com o julgamento na semana que vem, não restará outra alternativa ao Senado senão votar essa nova lei. Com ela, a legislação que está sendo discutida no STF perde o objeto e é fundamental que possamos ter um tempo adequado para essa votação.”
A Indicação de Jorge Messias ao STF
A recente indicação de Jorge Messias ao STF também foi abordada por Rocha. Ele mencionou que apesar das controvérsias, existem avanços na busca por votos e que a sabatina do indicado não deve ser influenciada negativamente pela crise causada pela decisão de Gilmar Mendes. “Não digo que contamina, mas não ajuda. Estamos buscando um diálogo claro e construtivo”, afirmou.
Rocha também comentou sobre o ambiente político tenso e a recente pressão que o governo enfrenta. Para ele, a falta de diálogo prévio entre o governo e o Senado a respeito da indicação de Messias foi um erro que complicou ainda mais a situação. “Faltou cuidado neste momento de tensão política. A análise de indicações do Senado é um dever que deve ser respeitado”, enfatizou.
Repercussões e Desafios no Congresso
A relação entre o governo e o Senado passa por um período conturbado. “Estamos em uma fase pré-eleitoral, e as tensões entre os poderes tornam-se mais evidentes. Cada político está utilizando os instrumentos que possui para se posicionar no cenário”, afirmou o senador, alertando sobre as consequências que essa polarização pode ter sobre a estabilidade política do Brasil.
No entanto, Rocha mantém uma postura equilibrada e defende que é essencial que os Poderes atuem com responsabilidade e autonomia, evitando que o clima de crise entre eles se intensifique. "Precisamos trabalhar pela independência de cada um, mas também pela resiliência do sistema político como um todo", concluiu.
Esta entrevista com o senador Weverton Rocha reflete uma situação crítica no cenário político brasileiro, onde a reestruturação das regras de impeachment e a indicação de autoridades no STF podem vir a criar novos parâmetros para a governança e a estabilidade do país.