Polícia australiana acusa suspeito de atentado em Bondi
A Polícia da Austrália anunciou, nesta terça-feira (17), que um dos suspeitos do atentado terrorista na praia de Bondi, em Sydney, foi formalmente acusado de 59 crimes, incluindo atos de terrorismo. Naveed Akram, de 24 anos, é acusado de, junto com seu pai, Sajid Akram, de 50 anos, ter cometido o ataque que resultou na morte de 15 pessoas e deixou outras 40 feridas, entre elas dois policiais, durante as celebrações do festival judaico de Hanukkah. Sajid morreu em confronto com a polícia logo após o atentado.
Naveed, que sofreu ferimentos graves e chegou a ficar em coma, foi o único dos dois a sobreviver ao ataque. As autoridades indicam que o atentado pode ter sido motivado por ideologias associadas ao Estado Islâmico. Durante a coletiva, um porta-voz policial revelou que o veículo dos suspeitos estava adornado com bandeiras do grupo extremista.
Conforme a polícia, ambos chegaram a viajar para as Filipinas um mês antes do ataque, levando a uma investigação adicional sobre as intenções e os objetivos da viagem. O comissário da Polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, afirmou que estão sendo apurados todos os locais visitados e os motivos dessa viagem.
O ataque e suas consequências
No dia do ataque, o tiroteio ocorreu contra um grupo de pessoas que celebravam o Hanukkah. As idades das vítimas variavam entre 10 e 87 anos, e a mais jovem, uma menina, não sobreviveu aos ferimentos. Entre os mortos, destacaram-se nomes, como o rabino Eli Schlanger, natural de Londres, e um israelense, que também foi vítima do ataque. O Itamaraty informou que, até o momento, não havia relatos de brasileiros entre os afetados.
A resposta da polícia elucidou que não há evidências que apontem um terceiro envolvido no ataque. Em função do tiroteio, 40 pessoas foram hospitalizadas, e a gravidade dos ferimentos, incluindo os dos policiais, é preocupante. O ataque foi classificado como um ato terrorista e deliberadamente voltado contra a comunidade judaica de Sydney, conforme destacou Lanyon.
Imagens da cena[1] mostram uma ação heroica, onde um homem desarmou um dos atiradores, assumindo um risco extremo para salvar outras vidas. O homem foi ferido, mas sua recuperação é positiva, conforme relato de um parente. O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, expressou sua indignação diante dos eventos, elogiando a bravura do cidadão que interveio.
Repercussões e vigilância internacional
A situação gerou uma resposta rápida por parte das autoridades internacionais. Mike Burgess, diretor-geral da inteligência australiana (ASIO), analisou a possibilidade de outras identidades vinculadas aos atiradores e declarou que, neste momento, não existem indícios de planos semelhantes por parte de outros indivíduos. O nível de ameaça terrorista na Austrália permanece como provável, significando que há cerca de 50% de chance de ocorrência de um ato terrorista, revelou Burgess.
Além disso, uma série de objetos suspeitos foi retirada da cena do crime, levando a polícia a estabelecer uma área de exclusão. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, também expressou sua consternação em um comunicado, chamando as imagens do ataque de “angustiantes e chocantes”. A condenação ao ato de terrorismo se estendeu até a comunidade internacional, com líderes globais reafirmando sua solidariedade à comunidade judaica e buscando medidas reforçadas de segurança.
Vale lembrar que tiroteios em massa são eventos raros na Austrália, especialmente após uma tragédia em 1996, que resultou na morte de 35 pessoas e levou o país a adotar rigorosas leis sobre a posse de armas. Assim, o atentado em Bondi marca um triste capítulo na história recente da segurança pública australiana.