Disputa política no Paraná: Moro e a esquerda se confrontam
A corrida eleitoral no Paraná está marcada por intensa tensão e estratégias partidárias que refletem um cenário político complexo. De um lado, a União Brasil se mantém firme na candidatura de Sergio Moro, ex-juiz federal que promete disputar o governo estadual. Do outro, o Partido dos Trabalhadores (PT) anuncia apoio a Requião Filho, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), desistindo de uma candidatura própria.
O embate se intensificou quando o presidente do PP, Ciro Nogueira, declarou que seu partido não apoiará Moro na disputa. Em resposta, o líder do União, Antonio Rueda, afirmou em um vídeo que a candidatura de Moro é “irreversível”, apesar do veto do Progressistas e das tensões nas negociações de alianças.
Durante o evento, Rueda se dirigiu a Moro, expressando confiança em sua candidatura: "Moro, você está preparado para ser governador. O governo do Paraná é seu, meu irmão". A gravação surge em um momento crítico onde a falta de consenso e as divergências internas no partido estão em evidência.
Moro, por sua vez, em entrevista recent, destacou que lidera as pesquisas e criticou a postura do PP em não apoiar sua candidatura: "Havia um acordo prévio do PP de que haveria o apoio à minha candidatura. Eles não têm candidato competitivo para apresentar".
Apesar do apoio explícito de Rueda e ACM Neto ao ex-juiz, há uma sensação crescente de que o cenário é desfavorável para Moro. No âmbito da federação, lideranças expressam preocupação com as desfiliações e o fortalecimento do PP, o que poderia ter sérias repercussões para a estrutura política local.
Enquanto a situação permanece nebulosa, outras legendas como PRTB e a sigla Missão tentam atrair Moro para garantir uma maior influência na disputa.
Em contraste, o PT firmou seu apoio a Requião Filho. Em um encontro estratégico recente, o deputado estadual conseguiu o respaldo do partido e de seus aliados, o que foi amplamente divulgado nas redes sociais. Requião, que já se destacou em pesquisas, enfatizou a importância de sua candidatura sendo viável, informando: "Desde que coloquei a minha candidatura, eu já cheguei a 29% das intenções de voto nas pesquisas".
A decisão de apoiar Requião foi cuidadosamente planejada, refletindo o desejo do PT de manter uma presença significativa nas eleições. A aliança também reforça a reaproximação da esquerda em um momento onde a unidade é crucial.
Requião, que deixou o PT no início do ano em meio a divergências internas, decidiu se juntar ao PDT e já ocupa uma posição de destaque na disputa ao governo estadual. Além disso, a parceria política promete avançar na indicação de Enio Verri para o Senado, ampliando a trama de alianças que favorecem a candidatura pedetista.
Paralelamente, o governador Ratinho Júnior (PSD) também está atento à escolha de seu sucessor, com três potenciais candidatos dentro de seu partido, o que pode mudar o panorama da corrida eleitoral.
A corrida eleitoral no Paraná se avizinha intensa e cheia de surpresas, com Moro e Requião Filho como protagonistas em um jogo político que promete alterar a paisagem do estado nos próximos anos.