Conheça a sala de controle e a operação de lançamento do foguete HANBIT-Nano
O lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano, marcado para esta sexta-feira (19), às 15h34, representa um marco histórico para o Brasil, sendo o primeiro voo comercial espacial a partir do território nacional. A operação, realizada na Base de Alcântara, no estado do Maranhão, envolveu uma equipe de 27 profissionais que monitoram cuidadosamente diversos sistemas do foguete com a missão de garantir um funcionamento adequado antes da decolagem.
A sala de controle do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) foi o palco das preparações. Neste ambiente, técnicos militares e civis trabalham em conjunto para analisar o desempenho do foguete e avaliar as condições climáticas. O HANBIT-Nano é um importante dispositivo projetado para lançar cinco satélites e três equipamentos que auxiliarão pesquisas de diversas áreas, sendo desenvolvido por instituições do Brasil e da Índia. Se a operação for bem sucedida, pode significar um grande passo à frente para o Brasil no competitivo mercado global de lançamentos espaciais.
Uma sala de controle repleta de tecnologia
A sala de controle é um espaço que reflete a complexidade da operação, onde dezenas de computadores, botões de comando e gráficos se tornam parte do dia a dia da equipe técnica. Cada um dos 27 profissionais possui a responsabilidade de monitorar um aspecto específico do foguete, que abrange desde componentes estruturais até sistemas de refrigeração e propulsão. Cada um dos técnicos deve confirmar a funcionalidade de seus sistemas, já que a operação depende de um trabalho coletivo.
Durante a contagem regressiva, que inicia dias antes da decolagem, todas as equipes têm um papel crucial. Cada setor deve dar o aval final, conhecido como "go", para que a missão siga adiante. Qualquer identificação de problemas pode resultar em um status de "no go", o que significa que a decolagem pode ser interrompida ou adiada. Somente após todas as confirmações de que os sistemas estão operando adequadamente é que a autorização para o lançamento é concedida.
A contagem regressiva para o sucesso
Os preparativos para o lançamento do HANBIT-Nano entram em uma fase crítica com a contagem regressiva se dividindo em etapas: D3, D2 e D1, que representam três, dois e um dia antes da missão, respectivamente. Durante esses dias, a equipe realiza diversas verificações e testes, conhecidos como "ensaios gerais", assegurando que tudo esteja em ordem até o momento decisivo. No D1, as atividades começam bem cedo pela manhã, ajustando os detalhes finais.
Se o lançamento ocorrer conforme planejado, o foguete terá sua trajetória concluída em até sete minutos e poderá ser visível a olho nu desde Alcântara e São Luís (MA), permitindo que observadores acompanhem a subida do foguete durante essa breve janela de tempo.
Tamanho e potência do HANBIT-Nano
O HANBIT-Nano apresenta impressionantes 21,9 metros de altura, pesando 20 toneladas e com um diâmetro de 1,4 metro. Durante sua trajetória até a órbita terrestre, ele pode alcançar velocidades de até 30 mil km/h, o que equivale a aproximadamente 30 vezes a velocidade de um avião comercial. A missão Spaceward, que envolve a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Agência Espacial Brasileira (AEB), simboliza um esforço para expandir o alcance da ciência e tecnologia no Brasil.
Atrações geográficas do Centro de Lançamento de Alcântara
O Centro de Lançamento de Alcântara, fundado na década de 1980, é notavelmente valorizado devido à sua localização próxima à linha do Equador, que permite um uso mais eficiente do combustível durante os lançamentos. Essa configuração geográfica proporciona menores custos operacionais e maximiza as oportunidades de inclinações orbitais.
Embora o local tenha diversas vantagens, ele foi subutilizado por muitos anos, em grande parte devido a um acidente trágico ocorrido há mais de 20 anos e questões relacionadas à terra. O acidente, que ocorreu poucos dias antes do lançamento do foguete VLS-1, resultou na morte de 21 civis e teve um impacto significativo nas operações do local.
A Operação Spaceward representa uma nova fase do Programa Espacial Brasileiro, ajudando a posicionar o país como um competidor no setor espacial global. Graças a um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado com os EUA em 2019, o Brasil se tornou apto a realizar lançamentos de foguetes comerciais, facilitando a entrada de componentes tecnológicos que podem contribuir para o sucesso de futuras missões.