A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comentou em uma teleconferência os resultados do quarto trimestre de 2024. De acordo com a executiva, o prejuízo de R$ 17 bilhões reportado não representa a real situação contábil e operacional da empresa. Este balanço gerou expectativas frustradas entre analistas, que previam um lucro de R$ 29,9 bilhões conforme as estimativas do consenso LSEG.
Chambriard afirmou: “A Petrobras está absolutamente determinada a continuar gerando retornos à sociedade e aos acionistas. Continuaremos investindo em projetos rentáveis com disciplina de capital e inovação.” Segundo a presidente, o ano de 2024 foi positivo para a companhia, e as expectativas para 2025 são ainda melhores.
Fernando Melgarejo, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, destacou a forte geração de caixa da empresa, comparando sua performance ao PIB de vários estados. Em relação ao prejuízo, ele explicou que o resultado foi impactado por um fator exclusivamente contábil: a variação cambial nas subsidiárias no exterior.
Leia também: Petrobras: motivo para preocupação com dividendos, segundo analista da XP. Regis Cardoso, analista da XP, ressaltou que o capex pode ser menor em 2025 devido à desvalorização do real. Entretanto, o tema dos dividendos gerou mais apreensão do que as perdas de R$ 17 bilhões. Além disso, a questão do capex elevado devido aos desembolsos em Búzios levantou novos questionamentos sobre possíveis intervenções governamentais.
No entanto, analistas acreditam que não há motivos para alarme. Melgarejo mencionou que além das questões contábeis, há fatores externos envolvidos que impactaram os resultados, como a desvalorização do Brent e do diesel. “O segundo item vem do ambiente externo: a desvalorização do Brent e do diesel”, explicou. Ele também comentou sobre a atualização tributária que teve impacto, mas que, sob uma perspectiva mais ampla, será benéfica para a companhia.
Magda Chambriard também comentou sobre a importância da Petrobras na formação de mão de obra qualificada. “Estamos agregando ao mercado mão de obra, treinando mão de obra e aliviando a sociedade brasileira deste ônus. Bom para todo mundo”, afirmou. Para a presidente, é essencial que a companhia conte com profissionais bem treinados. “Nosso compromisso na transição energética justa também é concreto”, disse.
A presidente enfatizou a necessidade de que os projetos tenham uma análise rigorosa de governança e rentabilidade, assegurando que todos sejam lucrativos nos diversos cenários possíveis, desde o mais pessimista até o mais otimista.
