Os Estados Unidos estão em negociações com a Autoridade do Canal do Panamá para permitir que navios de guerra americanos transitem pela via sem a cobrança de pedágios. Essa iniciativa, prevista para entrar em vigor em abril de 2025, busca facilitar o deslocamento das tropas em situações de emergência, garantindo a agilidade necessária em momentos críticos.
O Canal do Panamá, inaugurado em 1914 e administrado pelo Panamá desde 1999, é um ponto estratégico vital para o comércio global, com cerca de 5% do tráfego marítimo mundial passando por ali. Historicamente, os Estados Unidos estabeleceram o canal, mas a devolução ao Panamá foi formalizada através dos tratados de 1977, que garantem que todas as embarcações, independentemente de sua nacionalidade, paguem as mesmas taxas com base em tamanho e carga.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, destacou a importância desta isenção ao afirmar que "em tempos de contingência, é crucial que nosso pessoal militar possa transitar sem custos adicionais". Essa tentativa de negociação tem gerado reações intensas, com o ex-presidente Donald Trump classificando os pedágios como "onerosos" e sugerindo a possibilidade de retomar o controle do canal caso as circunstâncias não favoreçam os interesses americanos.
Entretanto, qualquer solução precisaria ser cuidadosamente elaborada, respeitando os acordos firmados em 1977 e a Constituição panamenha, um ponto enfatizado por Frank Ábrego, ministro de Segurança do Panamá.
Em 2024, o Canal do Panamá gerou receitas substanciais, cerca de US$ 5 bilhões, com os navios de guerra americanos contribuindo com aproximadamente US$ 25 milhões em pedágios desde 1998. Dado o volume de comércio e a relevância estratégica da rota, as negociações em curso são emblemáticas do interesse contínuo dos EUA em manter uma presença marítima influente na região.
Perspectivas futuras indicam que estas discussões podem não apenas afetar a relação entre os EUA e Panamá, mas também repercutir amplamente nas dinâmicas do comércio marítimo global, principalmente em um cenário onde potências como a China também têm um papel significativo nas operações do canal.