No dia 21 de abril de 2025, o ex-presidente Donald Trump voltou a criticar fortemente o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Em postagens nas redes sociais e entrevistas, Trump o acusou de agir tarde demais em relação à política de juros, sugerindo a demissão de Powell, uma afirmação que imediatamente repercutiu nos mercados financeiros dos Estados Unidos.
As declarações de Trump causaram um impacto significativo, fazendo com que o índice Dow Jones fechasse em queda de 970 pontos. Trump se referiu a Powell como "Sr. Muito Tarde", criticando sua abordagem cautelosa em relação às taxas de juros diante das tarifas comerciais que sua administração havia imposto. O ex-presidente também fez alegações infundadas de que os cortes de juros do Fed no ano anterior teriam beneficiado adversários políticos, como Joe Biden e Kamala Harris.
É fundamental entender que o Federal Reserve (Fed) é uma entidade governamental independente, criada pelo Congresso dos Estados Unidos para assegurar que a política monetária seja conduzida sem intervenções políticas. De acordo com a legislação vigente, o presidente do Fed tem um mandato fixo de quatro anos e só pode ser removido por "causa justificada", que implica em má conduta grave ou incapacidade. Assim, divergências políticas ou desacordos com o presidente dos EUA não justificam a demissão.
Recentemente, Jerome Powell alertou sobre a possibilidade de "estagflação", um fenômeno em que a inflação cresce apesar da desaceleração econômica. Esse cenário é um desafio significativo para a política monetária, pois um aumento nas taxas de juros pode desacelerar ainda mais a economia, enquanto a redução das taxas para estimular o crescimento pode exacerbar a inflação.
As críticas de Trump, embora refletindo sua insatisfação com a política monetária atual, podem ser contraproducentes. A independência do Fed é crucial para garantir a credibilidade das decisões econômicas, que devem ser fundadas em critérios técnicos e não em pressões políticas imediatas. Powell, portanto, continua no cargo, conduzindo a política monetária com base na análise econômica e não em influências externas.