Uma fraudes significativa no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resultou no desvio de mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas através de descontos indevidos em folhas de pagamento. A situação, que impactou 4 milhões de beneficiários, levou à demissão do ministro Carlos Lupi (PDT) e à interrupção de acordos com sindicatos, conforme investigado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Os sindicatos estavam utilizando Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) para realizar descontos de mensalidades associativas sem consentimento dos beneficiários. Embora os valores fossem apresentados como referentes a supostos serviços como planos de saúde, muitos contribuintes só percebiam as cobranças irregulares ao acessarem seus extratos bancários. Essa prática se intensificou durante o governo de Jair Bolsonaro e continuou no início da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Recentemente, a CGU identificou irregularidades em aproximadamente 34.500 benefícios em um único ato administrativo, conforme relatado pelo jornalista Guilherme Balza. Além disso, a Polícia Federal descobriu que muitos dos descontos estavam ligados a empréstimos consignados que foram autorizados sem a anuência dos beneficiários, ampliando assim a investigação sobre o caso.
A oposição já começa a articular a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para investigar as irregularidades, enquanto o governo federal se compromete a implementar um ressarcimento às vítimas. Segundo informações da Advocacia-Geral da União (AGU), essa medida é considerada crucial para restaurar a confiança no sistema previdenciário. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou também que o esquema pode ter conexões que vão além dos descontos realizados diretamente nos benefícios.
Um plano de resarcimento está sendo discutido em reuniões entre a AGU e o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e deve ser anunciado em breve. A CGU já tomou a iniciativa de suspender todos os Acordos de Cooperação Técnica, o que foi publicado oficialmente em 29 de abril.
A fraude estava concentrada em operações sindicais que possuíam acesso privilegiado aos sistemas do INSS. A Polícia Federal continua investigando se houve conluio entre servidores públicos e as entidades sindicais envolvidas.
A demissão de Carlos Lupi e do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, expôs falhas na atual administração do governo Lula. O Ministério da Previdência agora enfrenta uma pressão significativa para reformar seus mecanismos de controle, enquanto muitos beneficiários expressam sua insatisfação e perda de confiança no sistema previdenciário.
A Polícia Federal mantém sigilo sobre novas linhas de investigação, mas fontes internas sugerem que o foco inclui a análise de contratos fraudulentos e possíveis casos de lavagem de dinheiro. Simultaneamente, o Congresso está debatendo a necessidade de comissões dedicadas à fiscalização mais rigorosa da Previdência Social.
As investigações e revelações sobre o escândalo geraram manifestações, como aposentados protestando em frente à agência do INSS, evidenciando a insatisfação social. O canal Giro VEJA trouxe informações sobre novas evidências da Polícia Federal relacionadas aos empréstimos consignados irregulares.