O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, tomou uma atitude decisiva ao recusar reuniões com representantes de empresas investigadas por fraude em aposentadorias e pensões. A decisão se baseia em investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), diante da gravidade das acusações que incluem fraudes bilionárias no sistema previdenciário. Desde 2019, 12 entidades estão sendo investigadas por causarem prejuízos que somam cerca de R$ 6,3 bilhões.
A operação da PF revelou que algumas entidades associativas falsificaram assinaturas para autorizar descontos indevidos nos benefícios concedidos a aposentados. Em investigações anteriores, foi constatado que segurados eram filiados a várias entidades no mesmo dia, e o INSS liberava os descontos "em lote" sem a devida análise individual dos casos. A situação culminou na demissão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, que foi alvo de ações da PF, assim como a renúncia do ministro Carlos Lupi, pela omissão em lidar com os casos de fraudes.
Como parte das novas diretrizes, Waller determinou a suspensão de acordos com as empresas investigadas até maio e instaurou processos administrativos contra as entidades. Ele também enfatizou que mecanismos preventivos contra fraudes existentes não foram utilizados nas gestões anteriores, afirmando: "Havia avisos e mecanismos, mas não foram colocados em prática". As principais mudanças administrativas incluem:
Embora Waller tenha garantido que o governo Lula exige agilidade no processo de ressarcimento dos aposentados prejudicados, não foram divulgadas datas específicas para a finalização deste projeto. O plano de ressarcimento depende da análise minuciosa de mais de 31 entidades que estão sendo investigadas.
A CGU e o Ministério Público Federal (MPF) estão acompanhando o desenrolar do caso, assegurando que todas as responsabilidades sejam devidamente apuradas.
A reestruturação promovida por Waller visa, entre outras coisas, eliminar falhas que permitiram os vazamentos de informações e tratamentos personalizados em processos administrativos. O novo presidente foi enfático ao declarar que o INSS não tolerará "pessoas inidôneas, empresas fantasmas ou pagadores de propina". Ele critica o fato de que o esquema fraudulento perdurou por seis anos antes das intervenções atuais.