O mercado de IPOs da Índia passou por uma desaceleração significativa no primeiro trimestre de 2025, arrecadando US$ 2,8 bilhões por meio de 62 ofertas. Embora o país mantenha 22% da atividade global de IPOs, essa cifra representa uma queda de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição pode ser atribuída à volatilidade do SENSEX, que caiu 1,1%, além de um contexto internacional de cautela.
A Hexaware Technologies, por exemplo, foi a principal responsável pela captação de US$ 1 bilhão, refletindo uma demanda acentuada pelo setor tecnológico. Contudo, apesar do número crescente de empresas lucrativas listadas — 90% contra 56% em 2024 — a porcentagem de empresas que obtiveram ganhos no primeiro dia de negociação caiu para 63%. Em comparação, 83% das empresas haviam mostrado lucros no primeiro dia em 2024. Esse comportamento sugere que os investidores estão se tornando mais seletivos.
Os setores de saúde e tecnologia dominaram as ofertas, refletindo a preferência do mercado. Deve-se destacar também a crescente participação de investidores de varejo, que atingiram uma marca recorde. Segundo Prashant Singhal, da EY Índia, esse mercado maduro atrai tanto estratégias de crescimento por meio de IPOs quanto de consolidação através de fusões e aquisições, que atingiram níveis recordes, complementando o ecossistema das ofertas.
Embora o cenário atual indique uma desaceleração, a Índia continua a ocupar um papel de destaque no continente asiático, especialmente sob a expectativa de uma recuperação à medida que as taxas de juros globais se estabilizem. A entrada de grandes empresas, como a subsidiária indiana da Hyundai, que pretende levantar US$ 3,3 bilhões em 2024, demonstra a viabilidade de megaofertas no futuro. Entretanto, no curto prazo, permanece a necessidade de analisar cuidadosamente os riscos associados.