O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, a pedido da Polícia Federal (PF), a destruição do passaporte de Leonardo Rodrigues de Jesus, popularmente conhecido como Léo Índio. Ele é primo dos Bolsonaro e réu no STF por seu envolvimento nos atos antidemocráticos que ocorreram no dia 8 de janeiro de 2023, e, atualmente, encontra-se foragido na Argentina. O documento, que foi apreendido em outubro de 2023, já tinha sido cancelado anteriormente e estava sob custódia das autoridades.
A decisão foi tomada após uma solicitação da PF, que destacou o risco de uso indevido do passaporte, mesmo com o cancelamento, e ressaltou a importância de assegurar a efetividade das medidas cautelares estabelecidas para o investigado. De acordo com a defesa, Léo Índio tem uma autorização provisória para residir na Argentina, onde está apto a estudar, trabalhar e acessar serviços públicos.
Léo Índio é um dos alvos das investigações conduzidas pelo STF relacionadas à sua suposta participação nos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Nesse dia, grupos extremistas invadiram e vandalizaram edifícios que representam os Três Poderes da República. Desde então, ele está respondendo a diversas ações judiciais e é parte integrante de inquéritos que abordam tentativas de desestabilizar a ordem democrática no Brasil.
A sequência dos eventos levou Léo Índio a deixar o Brasil após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e neste momento, ele vive como foragido na Argentina. Apesar de sua documentação ter sido apreendida e cancelada, a PF solicitou a destruição do passaporte para evitar qualquer possibilidade de uso inadequado, mesmo que fraudulentamente.
A Polícia Federal argumentou que o passaporte cancelado poderia, em tese, ser utilizado de forma irregular, principalmente por alguém que já demonstrou a intenção de desrespeitar as normas cautelares impostas pela Justiça. O pedido, que foi analisado pelo ministro Alexandre de Moraes — relator do caso no STF — foi acatado, resultando na autorização para a destruição do passaporte do investigado.
A defesa de Léo Índio reagiu à decisão, afirmando que ele possui uma autorização temporária para se manter na Argentina, o que permite que ele trabalhe e estude ali. Os advogados ressaltaram que a destruição do passaporte não interfere em sua situação migratória, mas acaba, por outro lado, reforçando as restrições a seu retorno ao Brasil sem previa autorização judicial.
A decisão do ministro Moraes reforça as medidas cautelares já estipuladas a Léo Índio, vedando seu retorno ao país sem a devida autorização judicial e dificultando potenciais tentativas de driblar a fiscalização. A destruição do documento é interpretada como uma ação adicional de segurança, especialmente considerando o histórico de desobediência às ordens judiciais.
Este caso atrai uma atenção significativa no cenário político brasileiro, principalmente por envolver um membro próximo da família Bolsonaro e sua conexão com os eventos de 8 de janeiro. A situação permanece em destaque nas investigações em curso e no debate público sobre segurança e a preservação da democracia dentro do país.
Com a autorização para a destruição do passaporte de Léo Índio, o ministro Alexandre de Moraes empresta uma nova dimensão às investigações sobre os atos de 8 de janeiro. Ao mesmo tempo, a medida representa um esforço em garantir que o Judiciário mantenha o rigor contra tentativas de subversão da ordem democrática. Esta ação ilustra um compromisso em assegurar a eficácia das decisões judiciais e prevenir que o investigado consiga contornar as restrições definidas, mesmo encontrando-se foragido fora do país.