No último dia 9 de maio de 2025, a juíza federal Susan Illston determinou uma suspensão temporária dos planos da administração Trump que visavam demitir centenas de milhares de funcionários públicos em várias agências federais dos Estados Unidos. A decisão é um passo significativo para evitar cortes e reorganizações em pelo menos 20 órgãos do governo enquanto o processo legal contra a ordem executiva do presidente está em andamento. Agências afetadas incluem a Administração da Seguridade Social e departamentos cruciais como Estado, Tesouro e Comércio.
A ordem executiva que deu origem a essas demissões, assinada por Trump em fevereiro de 2025, previa uma ampla reestruturação do governo, incluindo demissões em massa e encerramento de órgãos considerados desnecessários pela administração. Entre os cortes alarmantes, estavam a demissão de quase todos os funcionários do Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional e a redução de cerca de 7 mil postos na Administração da Seguridade Social, que já enfrenta sérias dificuldades em infraestrutura e no atendimento ao público.
A juíza Illston salientou que, embora o presidente tenha a autoridade para reorganizar o governo, essa prerrogativa deve observar rigorosas exigências legais e processuais. A suspensão temporária busca manter o status quo e proteger o papel do Congresso, que deve ser consultado para mudanças dessa magnitude. A magistrada também advertiu sobre o risco de danos irreparáveis aos serviços e funcionários envolvidos caso as demissões continuem sem a devida avaliação judicial.
Os sindicatos que representam os servidores federais expressaram satisfação com a decisão, considerando-a um alívio em face dos impactos negativos que as demissões em massa causariam para os serviços essenciais e para os trabalhadores. Uma coalizão sindical destacou em comunicado estar "satisfeita com a decisão do tribunal de pausar essas ações prejudiciais enquanto o caso segue seu curso".
Em contraste, a Casa Branca não fez uma declaração imediata sobre a decisão. Durante uma audiência, advogados representando a administração argumentaram que os demandantes se atrasaram em apresentar sua contestação e que questões relativas ao pessoal não deveriam ser resolvidas no âmbito dos tribunais federais. A defesa reiterou que o presidente tem o direito de controlar a contratação e demissão de funcionários do Executivo.
A suspensão temporária impede que as agências afetadas realizem demissões ou coloquem servidores em licença administrativa, conforme determinado pela ordem executiva. As agências abrangidas pela decisão incluem o Escritório de Gestão e Orçamento, Administração da Seguridade Social e outros 18 órgãos federais.
O caso continuará sua análise no judiciário, com a juíza Illston avaliando se a administração Trump agiu além de sua autoridade legal ao buscar implementar tais cortes significativos sem a colaboração do Congresso. A decisão final pode ter repercussões importantes para o poder executivo no que tange à gestão do funcionalismo público e à estrutura organizacional do governo federal.
Esse episódio sinaliza um momento crucial na relação entre os poderes Executivo e Judiciário nos Estados Unidos, enfatizando a função do sistema judicial na supervisão das ações presidenciais que impactam diretamente a estrutura do Estado e as vidas dos servidores públicos. A decisiva suspensão reflexiona a complexidade e a sensibilidade das mudanças propostas, que abarcam questões administrativas, direitos trabalhistas e a continuidade de <>serviços essenciais à população.