A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrenta uma situação delicada em relação à perícia que aponta a falsificação da assinatura do vice Coronel Nunes no acordo que garantiu a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência da instituição. O laudo técnico realizado pela especialista Jacqueline Tirotti, a pedido do vereador Marcos Dias (Podemos-RJ), detalha que as assinaturas analisadas divergem significativamente do estilo de escrita do vice-presidente.
A perícia destaca características fundamentais que evidenciam a suposta falsificação, como diferenças nos traços, na pressão aplicada e na sequência gráfica das assinaturas. Jacqueline observou aspectos críticos, como a ausência de hesitação e tremores naturais, que costumam marcar a escrita de Coronel Nunes. Tais elementos são considerados durante a análise de grafoscopia.
Em resposta a essa alegação, a CBF se prepara para contestar o resultado da perícia. Uma de suas táticas será investigar o histórico da perita Jacqueline Tirotti, que já foi envolvida em polêmicas. Um exemplo é a perícia que, em um caso anterior, validou vídeos utilizados para acusar o padre Júlio Lancellotti de pedofilia, o que gerou forte questionamento sobre sua credibilidade.
Além disso, um trabalho anterior realizado por Tirotti também enfrentou críticas, especialmente no que diz respeito à análise das assinaturas de Ana Hickmann em um contrato envolvendo o Banco Daycoval, que resultou em um endividamento significativo estimado em cerca de R$ 1 milhão. Essas questões levantam um ponto de vista sobre a competência da perita e sua influência sobre a apreciação do caso atual.
Paralelamente, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) agendou uma audiência para ouvir Coronel Nunes sobre sua condição mental e física, processo que pode ter impactos diretos no desenrolar da situação envolvendo Ednaldo Rodrigues. O desfecho desse caso pode afetar não apenas a CBF, mas todo o cenário do futebol brasileiro.