O índice Ibex 35 ultrapassou a marca de 13.700 pontos, marcando novos níveis máximos e se destacando no cenário europeu. Os investidores, que anteriormente estavam concentrados em alternativas seguras como as letras, estão reavaliando suas estratégias diante das recentes mudanças nas taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE).
A recente redução das taxas pelo BCE e a expectativa de novas quedas nos próximos meses têm promovido uma queda no rendimento da dívida nos mercados, tanto secundário quanto primário. O Tesouro, sob a direção de Paula Conthe, vendeu 2.739 milhões de euros em letras de três e nove meses, alcançando o limite superior do seu objetivo planejado.
Com o aumento das projeções para mais cortes nas taxas, os rendimentos da dívida a três meses caíram para menos de 2%. Entretanto, os rendimentos das letras a nove meses registraram um pequeno aumento. Apesar da demanda total superando 5.749,9 milhões de euros, o interesse dos investidores individuais mostrou um declínio, especialmente com ordens de compra não competitivas limitadas a 68,8 milhões de euros.
O Tesouro também captou 2.589,14 milhões de euros em letras a três meses, a uma taxa de 1,976%, a mais baixa desde dezembro de 2022. A demanda por esses títulos por parte dos investidores individuais manteve-se um pouco mais estável, atingindo cerca de 625 milhões de euros. Contudo, os laços entre segurança e rendimento parecem estar se desintegrando, enquanto os lares começam a reduzir sua exposição a estas letras.
Com as taxas de juros em queda e previsões de uma política monetária menos restritiva, os bancos devem continuar priorizando o retorno sobre o capital, o que pode levar a uma diminuição nas remunerações dos depósitos. Dessa forma, os investidores em busca de maior retorno serão forçados a elevar o risco em suas escolhas.
A semana passada viu o Tesouro captando 1.632,35 milhões de euros em obrigações de 30 anos com uma taxa de 3,98%. A recuperação do apetite por dívida sustentável é visível, com regiões como Andaluzia e Castilla e León buscando captar 500 milhões de euros em novos títulos. Com níveis de demanda total superando 1.800 milhões de euros, esses movimentos sinalizam uma recuperação gradual no mercado de dívidas com a meta de proporcionar um financiamento sustentável.
A soma das ofertas até o momento neste ano inclui 500 milhões de euros da Andaluzia e de Castilla e León, além de 1.000 milhões de euros de Madrid e 700 milhões de euros do País Vasco, refletindo a crescente atividade na emissão de títulos.