A Polícia Civil de Ribeirão Preto está se preparando para ouvir novamente a mulher identificada como amante do médico Luiz Antonio Garnica. O depoimento ocorrerá nesta quarta-feira (14) e faz parte das investigações em torno da morte de Larissa Rodrigues, que foi envenenada no fim de março. O objetivo principal é esclarecer os acontecimentos relacionados à pernoite do médico no apartamento da amante, na noite anterior ao falecimento de Larissa.
O promotor de Justiça, Marcus Túlio Nicolino, destacou a importância desse depoimento. Ele acredita que a permanência de Garnica na casa da amante pode ter sido utilizada como um álibi. "Queremos esclarecer se essa informação é relevante para o caso ou se foi inserida apenas para desvincular o médico da responsabilidade pela morte de Larissa", afirmou o promotor.
Larissa, esposa de Garnica, tinha descoberto a traição do marido pouco antes de sua morte, o que adiciona um contexto relevante ao caso. A expectativa do Ministério Público é de que o novo depoimento da amante revele se o médico realmente passou a noite no apartamento dela como parte de um plano para se distanciar do crime ou se isso era uma prática comum na relação do casal.
A primeira vez em que a amante testemunhou foi em 11 de abril, antes das prisões temporárias de Garnica e de sua mãe, Elizabete Arrabaça, sogra de Larissa. Naquela ocasião, a amante confirmou que havia passado a noite de 21 de março com Garnica e que, no dia seguinte, recebeu a trágica notícia da morte de Larissa.
O promotor Nicolino enfatizou a necessidade de esclarecer o envolvimento de Garnica. "Nós queremos entender se esse evento foi uma constante ou se teve um fator especial no dia da morte de Larissa. Este depoimento pode ser crucial para o desdobramento do inquérito", disse. O médico e sua mãe continuam detidos, respondendo por homicídio qualificado, com as prisões podendo ser prorrogadas além dos 30 dias iniciais.
Um laudo toxicológico recente revelou a presença de uma substância conhecida como chumbinho no corpo de Larissa, levantando suspeitas de que a professora tenha sido envenenada ao longo do tempo. As investigações ainda apontam Elizabete Arrabaça como a última pessoa a ter estado com Larissa antes de sua morte, aumentando as questões sobre o possível conluio entre os dois.
Enquanto a investigação continua, o clima de tensão aumenta na família e o Ministério Público segue em busca de respostas claras. Qualquer nova informação poderá impactar as acusações contra Garnica e sua sogra, cujas defesas têm criticado a lentidão nas investigações e o acesso a documentos essenciais para o caso.
Com a expectativa alta, a sociedade aguarda um desdobramento que esclareça não apenas a morte de Larissa Rodrigues, mas também as ramificações da relação conturbada que envolvia o casal. O caso continua a ser um ponto de atenção nas discussões sobre relacionamentos, trapaças e suas consequências fatais.