José Claudio Aparecido Ramos, de 37 anos, foi condenado a 33 anos e 7 meses de prisão por feminicídio qualificado e outros crimes relacionados ao brutal assassinato da ex-companheira, Kelly de Souza Mattos, de 27 anos. O crime ocorreu em Piraí do Sul, no Paraná, e chocou a comunidade local não apenas pela violência envolvida, mas também pelo fato de que aconteceu na frente de pelo menos dois dos cinco filhos do casal.
Segundo o Ministério Público (MP), em um ato brutal, José matou Kelly na frente das crianças, amarrou o corpo dela a um cavalo e arrastou-a por cerca de 400 metros até jogá-la em um precipício. O crime foi registrado no dia 31 de março de 2024, mas o corpo da vítima só foi descoberto uma semana depois, em uma fenda profunda e difícil de acessar, na manhã de 6 de abril.
A promotora de justiça Gabriela de Lucca O’Campos da Rosa, que atuou no caso, declarou que o assassinato ocorreu após uma discussão violenta entre o ex-casal. "Ele derrubou a vítima e a asfixiou usando um pedaço de madeira”, detalhou a promotora. Após o crime, José ainda teria dado cachaça a uma das crianças, de apenas 10 anos, que teve que ser atendida devido à intoxicação.
A condenação de José incluiu as penas por ocultação de cadáver e fornecimento de bebida alcoólica a menor. O advogado de defesa, Sandro Aparecido Martins, informou que pretende recorrer da decisão. Martins argumenta que a pena foi excessiva e que outros fatores, como a confissão espontânea do réu, deveriam ser levados em conta na hora de definir a sentença.
Kelly não era vista desde o dia 30 de março, quando sua família registrou o desaparecimento. Ela era dona de casa e mãe de cinco filhos, o mais novo deles com apenas três anos. A localização do corpo se deu em parte graças aos relatos das crianças, que foram cruciais durante a investigação policial. Após uma busca intensa, José foi encontrado e preso em 10 de maio de 2024, após permanecer em fuga por mais de um mês.
Esse caso leva à discussão sobre a violência contra a mulher e reforça a necessidade de medidas mais rigorosas de proteção. O feminicídio continua sendo uma questão gritante na sociedade brasileira, e este caso em particular levanta importantes questões sobre a responsabilidade e a proteção de crianças que testemunham tais violências.
"A condenação serve de alerta para que tais atos não fiquem impunes", destacou a promotora.
O caso ainda deve passar por novas avaliações à medida em que a defesa de José Claudio contesta a condenação. O público aguarda os desdobramentos da apelação, que pode trazer novos elementos à tona e influenciar o debate sobre a violência de gênero no Brasil.