Um Ícone da Fotografia e da Preservação
Sebastião Salgado, um dos mais influentes fotógrafos do mundo, faleceu aos 81 anos, conforme anunciou o Instituto Terra, a ONG que ele fundou. Sua trajetória de mais de cinco décadas foi marcada por um forte compromisso com a natureza e a defesa da preservação ambiental.
Obra que Celebra a Natureza
Em Amazônia, seu último livro lançado em 2021, Salgado fez um apelo fervoroso pela proteção da floresta e dos povos indígenas que a habitam. A obra apresenta registros de etnias amazônicas, imagens aéreas deslumbrantes e momentos emocionantes que refletem a rica diversidade do bioma. Ele acreditava que, ao expor a Amazônia viva, as pessoas poderiam ser motivadas a lutar pela sua preservação.
Mensagens de Esperança
As palavras de Salgado durante a exposição em São Paulo ressoam até hoje: "A gente preferiu apresentar a Amazônia viva porque é essa Amazônia que, juntos, nós temos que lutar para preservar." Esse conceito de urgência e esperança permeou toda a sua obra, instigando reflexões sobre a crise climática e a biodiversidade.
Um Compromisso Incessante com o Meio Ambiente
Desde os anos 70, Salgado utilizou sua arte como uma plataforma para abordar questões sociais e ambientais. Em sua coletânea Outras Américas, de 1986, ele capturou as condições de vida de camponeses e indígenas, mostrando o impacto humano sobre a natureza. A devastação no Sahel, na década de 1980, foi outro testemunho das consequências da indiferença ambiental.
O Projeto Gênesis e a Cultura Ancestral
Em 2004, ele iniciou o projeto Gênesis, onde registrou áreas intocadas da natureza e culturas ancestrais. Com isso, Salgado refletiu sobre o que muitos considerariam a propulsão de sua carreira: a importância de respeitar tradições que resistem à modernidade. "É minha vida que está nas fotos e nada mais", afirmou em uma entrevista à AFP em 2024, ressaltando o vínculo profundo entre sua vida e seu trabalho.
Fundação do Instituto Terra
A relação simbiótica de Salgado com a natureza o levou, junto à esposa Lélia, a fundar o Instituto Terra nos anos 90. Esta iniciativa é voltada para o reflorestamento da Mata Atlântica e outras florestas ao redor do mundo. Em suas palavras, "se conseguirmos conscientizar as pessoas de que, juntos, poderíamos fazer as coisas de outra maneira, poderíamos salvar a grande floresta da qual dependemos para a biodiversidade". Com essa visão, Salgado se torna não apenas um fotógrafo, mas um verdadeiro defensor da Terra.