O governo brasileiro destina menos de R$ 1 para o meio ambiente
De acordo com o relatório "Encruzilhada Climática" divulgado nesta segunda-feira, 13 de outubro de 2025, pela Oxfam Brasil, somente 0,34% do orçamento federal foi alocado para a gestão ambiental em 2023. Isso significa que, para cada R$ 300 do orçamento, menos de R$ 1 foi utilizado em ações de proteção ao meio ambiente.
Recursos mal distribuídos e crise climática
A diretora-executiva da Oxfam Brasil, Viviana Santiago, apontou que "setores que intensificam a crise climática" estão sendo priorizados na destinação de recursos, em detrimento da proteção de comunidades e territórios que se encontram em situação de maior vulnerabilidade. Segundo ela, essa desproporção nos investimentos pode agravar os problemas enfrentados por essas populações.
Estado reativo e exemplo das enchentes
O estudo da Oxfam destaca que a abordagem do governo brasileiro em relação às questões climáticas ainda é predominantemente reativa. Isso implica que o Executivo tende a agir somente quando a crise se manifesta, em vez de implementar medidas preventivas. O relatório cita as enchentes no Rio Grande do Sul, que ocorreram em 2024, como um exemplo emblemático dessa falta de proatividade.
Investimentos insuficientes em adaptação climática
Além disso, dos R$ 185 bilhões previstos no Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 para ações climáticas, apenas cerca de 12% são direcionados à área de adaptação. Essa área é considerada crucial para proteger comunidades vulneráveis e, segundo a Oxfam, é urgente que esse percentual seja incrementado.
Recomendações da Oxfam Brasil
A Oxfam Brasil defende a incorporação de recortes de raça, gênero e território em todas as políticas climáticas. A organização também solicita que os recursos sejam mais bem direcionados para adaptação em territórios que enfrentam maiores riscos. Essas medidas são imprescindíveis para garantir proteção a populações historicamente mais vulneráveis e minimizar os impactos da crise climática.