Queda nas passagens aéreas e transportes reduz expectativa de inflação em maio. Reprodução: UOL
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou uma desaceleração significativa, caindo para 0,36% em maio, em relação aos 0,43% registrados em abril. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados na terça-feira, 27, apontando que, no acumulado do ano, o índice já soma uma alta de 2,80% e, nos últimos 12 meses, a taxa chega a 5,40%. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando a taxa foi de 0,44%, a atual demonstra uma trajetória de resfriamento econômico.
O impacto mais expressivo em maio veio da energia elétrica residencial, que sofreu um aumento de 1,68%. Essa alta se deve à mudança na bandeira tarifária, que passou a adotar a bandeira amarela, implicando em uma cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Esse item foi responsável por 0,06 ponto percentual do IPCA-15. Dos nove grupos de despesas monitorados, sete observaram elevação, com as maiores variações ocorrendo no vestuário (0,92%), saúde e cuidados pessoais (0,91%) e habitação (0,67%). O setor de saúde, em particular, foi influenciado pelo aumento de 1,93% nos preços dos medicamentos, reflexo do reajuste de até 5,09% autorizado desde 31 de março.
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas apresentou uma desaceleração considerável, passando de 1,14% em abril para 0,39% em maio. Isso foi influenciado pela queda nos preços de itens essenciais, como o tomate (-7,28%), arroz (-4,31%) e frutas (-1,64%). Contudo, alguns produtos registraram aumentos significativos, como a batata-inglesa (21,75%), cebola (6,14%) e café moído (4,82%). No setor de transportes, foi observada uma deflação de 0,29%, mitigando a aceleração do índice, com a principal contribuição negativa vindo das passagens aéreas, que caíram 11,18%. Além disso, a redução nas tarifas de ônibus urbanos, consequência da implementação da gratuidade aos domingos e feriados em cidades como Brasília (-17,20%), Belém (-11,44%) e Curitiba (-4,49%), ajudou a conter os preços.
No segmento de transportes, os combustíveis apresentaram uma leve alta de 0,11%, revertendo a queda de 0,38% registrada em abril. O etanol viu um aumento de 0,54% e a gasolina, um pequeno incremento de 0,14%, enquanto o óleo diesel (-1,53%) e o gás veicular (-0,96%) apresentaram queda. O IPCA-15 é calculado com base em preços coletados entre 15 de abril e 15 de maio, comparados com o período de 18 de março a 14 de abril, abrangendo 11 regiões do país, incluindo as principais capitais e o Distrito Federal.