Uma mulher de 56 anos foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil a um zelador negro devido a ofensas raciais proferidas por ela, incluindo a declaração de que ele estava fazendo "dança de macaco". O caso ocorreu em um prédio de classe média na Rua Vicente Meira, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.
A condenação foi determinada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que avaliou o processo cível movido pelo trabalhador. A moradora, identificada como Naise Lopes de Luna, ainda responde a um processo criminal pelo crime de injúria racial, que permanece pendente de julgamento.
De acordo com os relatos, já houve diversas ocorrências de perseguição e insultos direcionados pela acusada aos funcionários do condomínio. A síndica do prédio prestou depoimento à Polícia Civil, relatando o comportamento agressivo da mulher, que incluiu escrever ofensas em um livro de ocorrências.
O zelador, durante uma discussão, foi chamado de macaco na presença de testemunhas e, depois, a acusada registrou no livro que ele estava "fazendo a dança de um macaco". Além disso, segundo o processo, ela foi filmada tentando agredir o zelador com uma faca, embora a data do incidente não tenha sido especificada.
A decisão da juíza substituta, Ana Paula Costa de Almeida, foi fundamentada na evidência de que o zelador sofreu danos à sua honra devido à injúria racial, um crime que degrada a dignidade da pessoa em função da sua raça. A magistrada enfatizou o desrespeito e a humilhação pelos quais o trabalhador passou em seu ambiente de trabalho.
O ato ilícito foi considerado grave, refletindo um problema estrutural de racismo ainda presente na sociedade brasileira. A sentença não apenas determina a indenização, mas também busca conscientizar a ofensora sobre a gravidade de sua conduta, para que não se repita no futuro.
Naise Lopes de Luna não foi localizada para comentar sobre a decisão. O caso ressalta a importância de ações contra a discriminação racial e a necessidade de um ambiente de trabalho respeitoso para todos.
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