O governo da Nicarágua implementou uma drástica redução do limite máximo de velocidade nas rodovias, que passará de 100 km/h para apenas 50 km/h. Essa decisão, anunciada na última terça-feira, visa reduzir os acidentes de trânsito, mas rapidamente se transformou em alvo de críticas e ironias nas redes sociais.
A medida foi ordenada pelo presidente Daniel Ortega e pela copresidente e primeira-dama Rosario Murillo. Durante um evento oficial, Ortega menciona a necessidade de "elaborar um plano para que não seja possível correr nas estradas", evidenciando a seriedade com que o governo aborda a questão da segurança no trânsito.
Segundo informações da Polícia Nacional, a nova regra se aplica a todos os tipos de veículos, tanto particulares quanto de transporte público, incluindo carga e passageiros. As reações nas redes sociais foram intensas, com usuários ironizando a possibilidade de abandonarem seus automóveis e retornarem ao uso de bicicletas e carroças. Um internauta comentou: "Nesse ritmo, vamos acabar abandonando os carros para andar de bicicleta", enquanto outro disse: "Voltaremos às carroças".
Adicionalmente, para as motocicletas, o novo limite será ainda mais austero, estabelecendo um máximo de 40 km/h, além de proibições quanto ao transporte de crianças. A primeira-dama, Rosario Murillo, destacou que o presidente tem se comunicado constantemente com o diretor-geral da Polícia, comissário Francisco Díaz, para garantir a implementação eficaz da medida.
A nova regra será aplicada como um projeto experimental antes de ser formalmente adicionada à legislação de trânsito. Apesar das críticas, o governo argumenta que a velocidade excessiva é a principal causa de mortalidade nas estradas do país, citando que cerca de mil pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito somente em 2024, conforme dados oficiais.
Entretanto, a drástica redução de velocidade pode ter implicações significativas, como atrasos no trânsito, aumento do consumo de combustível e impactos negativos no transporte público. O especialista em segurança viária, Geraldo Castaing, alertou em uma entrevista ao diário nicaraguense La Prensa sobre a falta de adequação de um limite único para todo o país, sugerindo que isso pode resultar em um aumento das multas e receitas do governo de Ortega.