Desaparecimento de 40 migrantes em Chiapas causa comoção
No dia 21 de dezembro de 2024, um grupo de 40 migrantes, oriundos de Cuba, Honduras e Equador, desapareceu em San José El Hueyate, na costa de Chiapas, México. Seis meses se passaram e até o momento, nenhuma ação efetiva foi tomada pelas autoridades para localizá-los.
Identidade e esperanças dos migrantes
Os desaparecidos eram pessoas humildes, típicos de comunidades de baixa renda, com trabalho como motoristas, pedreiros, donas de casa e estudantes. Enviavam mensagens diárias para suas famílias, compartilhando sua localização em tempo real e fotos de sua jornada, sempre respondendo a perguntas cotidianas sobre comida, calor e descanso.
Famílias em busca de respostas
A lista dos desaparecidos inclui nomes como Elianis Morejón, 19 anos, e Jefferson Quindil, 21 anos, além de Meiling Bravo e seu filho Samei Reyes, de 14 anos. Todos sumiram logo após embarcarem em lanchas destinadas a Juchitán de Zaragoza, em Oaxaca, quando às 08h25, a última sinalização de localização deles foi perdida.
Rumores sobre o destino dos migrantes
Os chamados "polleros", que auxiliam na travessia da fronteira, trazem rumores sobre o que pode ter acontecido: que foram apanhados, afogados, assassinados ou que podem estar em campos de trabalho forçado sob o domínio de cartéis. Apesar das diversas denúncias, autoridades mexicanas seguem inertes, enquanto as famílias enfrentam troca de informações fraudulentas, extorsões e sérias ameaças.
Aumento da violência contra migrantes no México
Nos últimos cinco anos, conforme dados da Secretaria de Governança, 237 migrantes foram dados como desaparecidos no país, e muitos mais foram assassinados, em circunstâncias brutais. O México, que já acumula 129.000 desaparecidos, está se tornando um terreno cada vez mais perigoso para aqueles que buscam um futuro melhor.
Chiapas: um terreno propício para o crime
Chiapas, historicamente uma rota de entrada para o tráfico de armas, drogas e migrantes, enfrenta uma crescente disputa territorial entre os principais grupos do crime organizado, como o Cartel de Sinaloa e o Cartel Jalisco Nova Geração. Essa guerra tem gerado um aumento dos desaparecimentos e sequestros, com muitos migrantes se tornando alvos vulneráveis. Somente em um mês de 2024, foram registrados 101 sequestros de migrantes em Chiapas pela organização altruísta Alto ao Sequestro, com a violência ocorrendo sob os olhos indiferentes de autoridades como a Guarda Nacional.