Circle Internet Group, uma empresa de criptomoedas avaliada em 50 bilhões de dólares, está despertando a atenção de Wall Street. A companhia, que se apresentou ao mercado em 5 de junho, viu suas ações subirem impressionantes 675% em apenas onze sessões de negociação, adicionando mais de 42 bilhões de dólares ao seu valor de mercado.
O que faz da Circle uma verdadeira fenômeno? A resposta pode ser resumida em uma palavra: stablecoin. A Circle oferece um token digital chamado USDC, que está atrelado ao dólar americano. Por cada dólar que o investidor entrega à empresa, ele recebe um USDC, enquanto a Circle investe o valor em ativos seguros, como títulos do Tesouro dos EUA, garantindo a rentabilidade.
Apesar do simples modelo de negócios, que já levou críticos a chamá-la de um “embrulho de dinheiro”, a empresa está sendo tratada como uma inovação na arena financeira. O sucesso da Circle se dá em um contexto de crescente aceitação das stablecoins, especialmente após a aprovação do “Genius Act” pelo Senado, que permite seu uso em pagamentos por bancos e fintechs.
A promessa do que seria um futuro com pagamentos digitais sem a volatilidade das criptomoedas tradicionais href="https://www.cnbc.com/" e a transformação da Circle em uma plataforma neutra destinada a operar com stablecoins tem atraído analistas otimistas, como a Citi, que prevê que o mercado de stablecoins possa alcançar 3,7 trilhões de dólares até 2030. Isso coloca a Circle em uma posição estratégica para aproveitar essa expansão.
No entanto, essa mesma simplicidade pode representar uma fragilidade. A dependência das políticas do Federal Reserve pode reduzir a rentabilidade da empresa, levando a uma possível encolhimento dos seus principais fluxos de receita. Além disso, a chegada de novos competidores com stablecoins semelhantes poderia comprometer a vantagem da Circle no mercado.
Por enquanto, o entusiasmo permanece, e as ações da Circle continuam a crescer em meio a promessas de um futuro onde pagamentos digitais se tornem rotina — mas os críticos ressaltam que, no final das contas, a Circle não está fazendo nada de revolucionário. Ao invés de inovar, a empresa somente mantém o seu capital, oferece recibos digitais e embolsa os juros. Em um cenário financeiro comprometido, isso talvez seja suficiente para se destacar em Wall Street.