Sae Joon Park, um veterano do Exército dos Estados Unidos, se tornou o centro de uma situação alarmante após se autodeportar para a Coreia do Sul, seu país de origem, em meio a pressões severas do governo de Donald Trump. Park, que chegou aos EUA com apenas sete anos e serviu com honra nas Forças Armadas, destaca a realidade cruel enfrentada por muitos imigrantes.
Com quase 50 anos de residência permanente e reconhecido com a medalha Coração Púrpura por sua bravura durante a invasão ao Panamá em 1989, Park viu sua trajetória desmoronar devido a um histórico de dependência química associado ao transtorno pós-traumático. Ele se tornou alvo da Autoridade de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), sendo notificado de que seria deportado a menos que saísse voluntariamente do país.
Em uma entrevista à National Public Radio (NPR), ele expressou sua incredulidade: "Não consigo acreditar que isso está acontecendo na América. Isso me destrói, é um país pelo qual eu lutei". Sua situação ilustra os impactos desumanos das políticas migratórias da administração Trump, que frequentemente priorizavam deportações em massa em vez de resolver questões de maneira humana.
As circunstâncias de Park revelam como veteranos estrangeiros enfrentam dificuldades quando se envolvem em problemas legais. O veterano, após retornar dos combates, passou a lutar contra vícios que resultaram em sua prisão em 2009. Desde então, sua busca por cidadania americana foi interrompida pela ordem de deportação que data de um veredicto de um juiz, embora ele tenha permanecido no país com a obrigação de apresentar-se ao ICE anualmente.
Em junho, a pressão aumentou e Park recebeu a notificação de detenção, levando-o a se despedir de sua família antes de embarcar para a Coreia do Sul. “Eu não vou estar lá para o seu funeral ou para o casamento da minha filha”, lamentou, referindo-se à sua mãe de 85 anos, que sofre de demência.
A porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, justificou a ação afirmando que Park tinha condenações anteriores, mas não detalhou os crimes. Em sua defesa, ele expressou gratidão por ter servido nas Forças Armadas, mas classificou o tratamento do ICE como "injusto". Assim, a história de Park não apenas expõe as falhas na política migratória americana, mas também provoca reflexões sobre a dignidade dos veteranos e os desafios que enfrentam após o serviço militar.
Com a autodeportação, a narrativa de Park levanta questões sobre a humanidade das políticas de imigração e a necessidade de um tratamento mais compassivo para aqueles que arriscaram suas vidas pelo país.