A polícia de Ribeirão Preto, São Paulo, revelou que o marido da professora de pilates Larissa Rodrigues, o médico Luiz Antônio Garnica, foi o mandante do assassinato dela. A execução do crime ficou a cargo de Elizabete Arrabaça, mãe de Luiz. Segundo o inquérito, a motivação para esse ato brutal estar inserida em problemas financeiros que o casal enfrentava.
No dia 22 de março, um dia após a morte de Larissa, Luiz chegou ao apartamento onde vivia com a esposa e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), simulando estar abalado. Ele enviou mensagens para a amante informando sobre a morte antes mesmo da chegada do socorro, o que levanta suspeitas sobre seu envolvimento. O promotor Marcus Túlio Nicolino comentou sobre a incongruência nas ações de Luiz: "Ele fez manobras de ressuscitação na frente da médica, enquanto já sabia que Larissa estava morta".
Ambos os suspeitos, Luiz e Elizabete, estão presos desde 6 de maio. O relatório do inquérito, com mais de 600 páginas, menciona que Luiz tentou criar álibis para sua defesa, como uma foto ao lado da amante em um shopping na noite em que Larissa faleceu. Embora tenha tentado apresentar um álibi, o relatório destaca acessos do médico a um aplicativo de mapas que mostram sua preocupação em chegar ao apartamento no Jardim Botânico.
O delegado Fernando Bravo, que acompanhou as investigações, afirmou que a morte de Larissa foi um crime premeditado, ligado a interesses financeiros claros entre os acusados. A análise de trocas de mensagens e outros documentos digitais indicam que Luiz tinha um planejamento para o crime. Durante a semana anterior, Larissa já havia reportado problemas de saúde, e Luiz teria desestimulado que ela buscasse atendimento médico.
Na defesa de Luiz, o advogado Mossim argumentou que, sendo médico, ele tinha o direito de cuidar da esposa e que não a impediu de buscar ajuda médica. O desdobramento do caso revela que Elizabete, que estava com Larissa na noite anterior ao crime, pode ter lhe administrado um veneno conhecido como chumbinho, veneno ilegal para ratos, mencionado como um fator que aumenta a gravidade da acusação.
No início de junho, Elizabete enviou uma carta enquanto estava detida, onde afirma que seu envolvimento foi acidental. No entanto, a falta de imagens e a negação da presença de Elizabete por testemunhas complicaram a investigação. O delegado Corrêa concluiu que as evidências parecem fortalecer a narrativa de culpabilidade para ambos, enquanto a defesa tenta desacreditar as provas apresentadas.