Investir em empresas que adotam boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) tem mostrado ser uma escolha não apenas ética, mas extremamente rentável. Um estudo recente indica que 51% das grandes e médias empresas brasileiras já implementaram estratégias de sustentabilidade, destacando a transformação que esse modelo provoca no cenário corporativo.
Considere o caso de empresas como TIM e Neoenergia, que não apenas lideram o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, mas também se destacam em lucratividade e eficiência a longo prazo. Segundo a pesquisa "A maturidade ESG nas empresas brasileiras", realizada pela Beon ESG, o avanço nas estratégias de sustentabilidade subiu 14 pontos percentuais desde 2021, com 43% das empresas estabelecendo metas ambientais claras.
Esse movimento em direção à sustentabilidade é impulsionado por diversas forças, incluindo a pressão de consumidores e investidores, além de uma visão estratégica que considera a sustentabilidade como uma alavanca de crescimento. No contexto atual, onde a demanda por energia continua alta, a combinação de telecomunicações, energia e tecnologia coloca a sustentabilidade como um requisito fundamental para a liderança no mercado.
Além da reputação, os ganhos associados a práticas sustentáveis abrangem eficiência energética e longa vida útil das operações. Parcerias entre setores de telecomunicações e energia estão acelerando a transição energética, com operadoras investindo em fontes renováveis e empresas elétricas usando redes inteligentes para otimizar serviços. Exemplos incluem o investimento em usinas solares, que não somente atendem à demanda de energia, mas também reduzem emissões.
Para que essa evolução seja mantida, o suporte de políticas públicas robustas e marcos regulatórios claros é imprescindível. Assim, iniciativas governamentais estão fundamentais para a criação de um ambiente que favoreça as inovações sustentáveis e a aplicação de práticas ESG como uma estratégia consolidada dentro das empresas.
Pesquisas indicam que a demanda por sustentabilidade é forte tanto por parte de investidores, com 78% dos brasileiros afirmando que é essencial que práticas de ESG estejam no cerne da estratégia empresarial, quanto pelos consumidores, que priorizam marcas sustentáveis em suas escolhas. A cultura corporativa também deve incentivar a participação dos colaboradores em ações relacionadas a reciclagem e igualdade de oportunidades, formando um ciclo positivo que reflete no desempenho da empresa.
Por fim, a liderança consciente e comprometida com a sustentabilidade é a chave para garantir que empresas não só se adaptem ao novo normal, mas também prosperem nele. A capacidade de ler o contexto atual, mitigar riscos e transformar desafios em oportunidades se torna vital na busca por uma reputação forte e a atração de investimentos eficazes.
*Alberto Mario Griselli é CEO da TIM Brasil, e Eduardo Capelastegui é CEO da Neoenergia.