A Bitcoin, a moeda digital mais famosa do mundo, acaba de atingir um novo pico histórico, alcançando impressionantes $112.055 na plataforma Coinbase. Esse preço é o mais alto já registrado, superando a marca anterior de $111.891, que havia sido conquistada em maio. Com esse último impulso, a Bitcoin subiu cerca de 20% desde o começo do ano, surpreendendo muitos traders e reacendendo esperanças entre os investidores mais fervorosos. Após semanas de preços aparentemente estagnados, em apenas uma hora, o cenário mudou completamente.
Segundo dados da CoinGlass, esse movimento ascendente foi impulsionado pela liquidação de posições vendidas, totalizando quase $280 milhões. Em termos simples, os traders que apostaram contra a Bitcoin — esperando que o preço diminuísse — foram forçados a recomprar suas posições à medida que o preço subiu inesperadamente. Esse chamado "short squeeze" intensificou ainda mais a escalada do preço, alimentada pela liquidez de alta alavancagem. Um observador pelo X notou: "Liquidez de alta alavancagem pode provocar reações em cadeia quando posições altamente alavancadas são eliminadas."
Porém, por trás da empolgação, há uma realidade mais complexa. Apesar do preço recorde, a atividade de negociação da Bitcoin permanece surpreendentemente tranquila. Dados em cadeia revelam que, enquanto grandes quantidades de Bitcoin estão sendo compradas, grande parte delas não está sendo movimentada. Ao invés de serem ativamente negociadas, as moedas estão sendo transferidas para carteiras de "cold storage", efetivamente retirando-as do mercado. Essa dinâmica — uma forte demanda, mas pouca movimentação real — limita o potencial imediato de valorização para os especuladores. Os preços só podem subir até um certo ponto sem uma nova onda de compradores entrando no mercado.
“Alguém está vendendo”, comentou Jim Chanos, um renomado vendedor a descoberto, conhecido por suas previsões acertadas, referindo-se ao fato de que mesmo em uma alta, sempre há quem realiza lucro.
A Bitcoin, que outrora era imaginada como um sistema de pagamento peer-to-peer, está agora se comportando mais como um tipo de ouro digital: uma reserva de valor a longo prazo, ao invés de um meio de troca. Para muitos investidores, trata-se de uma proteção, algo a se manter, e não a gastar.
Stablecoins em Ascensão
Enquanto isso, a utilização de stablecoins cresce. Com a Bitcoin solidificando seu status como um ativo especulativo de reserva, outra categoria de criptomoedas está ganhando espaço no uso cotidiano: as stablecoins. Moedas como USDC ou Tether (USDT) são criptomoedas atreladas ao valor do dólar americano. Diferente da Bitcoin, elas não estão projetadas para apreciação de preço, mas sim para manter um valor estável. Elas estão sendo cada vez mais utilizadas em pagamentos internacionais, finanças descentralizadas (DeFi) e até remessas. Em resumo, as stablecoins estão proporcionando uma utilidade real às criptomoedas, enquanto a Bitcoin não parece mais fazer parte dessa história.
Por fim, é importante corrigir uma informação divulgada anteriormente: o artigo havia mencionado erroneamente que a Bitcoin havia atingido $122K; o valor correto é $112K.