A crescente popularidade de ferramentas de inteligência artificial, como ChatGPT, Gemini e Grok, tem levado muitos bilionários a crer que a IA está à beira de realizar descobertas científicas significativas. No episódio recente do podcast All-In, o fundador do Uber, Travis Kalanick, se juntou aos anfitriões Jason Calacanis e Chamath Palihapitiya para discutir o futuro da tecnologia e sua crença na potencialidade dessas ferramentas para revolucionar o conhecimento científico.
Kalanick, que utilizou o Grok, uma ferramenta da xAI, mencionou que apesar de ter enfrentado algumas falhas eruptivas da IA, como a controversa exaltação a Adolf Hitler, ele permanece otimista. “Estou fazendo uma codificação de vibrações, exceto que é física de vibrações”, afirmou Kalanick, enquanto explorava conceitos da física quântica através da IA. Ele defendeu que, ao interagir com o Grok, chegou muito perto de algumas descobertas interessantes.
Os anfitriões do podcast não se aprofundaram nas falhas do Grok, já que Kalanick continuava a tratá-lo como uma ferramenta revolucionária. Ele mencionou sua interação com Elon Musk, questionando como outros acadêmicos, com doutorados e pós-doutorados, poderiam estar utilizando essa ferramenta poderosa. Ao usar uma versão anterior do Grok, Kalanick conclui que a versão mais nova, Grok 4, poderia facilitar descobertas ainda mais significativas.
Calacanis levantou uma pergunta crítica sobre a real capacidade da IA em alcançar descobertas científicas. Ele pontuou que as pessoas que têm um bom entendimento de modelos de linguagem grande (LLMs) frequentemente percebem que tais ferramentas não geram novas ideias, mas simplesmente combinam palavras de maneira que pareçam coerentes. Embora Kalanick tenha reconhecido que a IA não consegue criar novas ideias, ele enfatizou que a única limitação seria a "sabedoria convencional".
Palihapitiya foi ainda mais longe ao sugerir que a utilização de dados sintéticos poderia levar a um novo nível de inovação. Ele argumentou que, ao serem desvinculados de um aprendizado pré-estabelecido, os modelos poderiam resolver problemas de maneiras completamente novas. Essa linha de pensamento ecoa as declarações de Musk, que acredita que a "inteligência artificial geral" está mais próxima do que se imagina, baseando-se em suas interações com o Grok sobre ciências de materiais desconhecidas.
Entretanto, não só os bilionários estão eufóricos com essa possibilidade; conceitos como "superintelecto" e "inteligência artificial geral" são frequentemente mencionados sem definições claras. Embora a indústria de tecnologia esteja muito otimista, há uma conscientização crescente sobre as limitações dessas tecnologias. Um estudo da Apple demonstrou que os Modelos de Raciocínio Grande (LRMs) enfrentam dificuldades notáveis, evidenciando que há um limite para a complexidade que essas ferramentas podem lidar.
Mesmo com a pressão para avançar no campo da IA, empresas como a Apple têm adotado uma postura cautelosa. Recentemente, o CEO do Meta, Mark Zuckerberg, anunciou a construção de novos data centers para desenvolver o superintelecto, reconhecendo a necessidade de avançar nas fronteiras da pesquisa com recursos adequados. Assim, enquanto os bilionários investem e promovem uma visão otimista da inteligência artificial, a realidade tecnológica continua a ser complexa e cheia de limitações.