Schneider Electric formou uma parceria com a Nvidia para enfrentar os desafios energéticos impostos pela crescente utilização de inteligência artificial (AI) nos data centers. Com este novo acordo, a empresa visa otimizar a gestão de energia, almejando uma redução de aproximadamente 20% no consumo de energia de resfriamento.
A expansão do uso de AI é uma realidade mundial, e como aponta Pankaj Sharma, vice-presidente executivo de data centers e redes da Schneider Electric, essa tendência demanda a construção de mais data centers, além de intensificar a busca por soluções energéticas sustentáveis.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, a indústria de AI deverá consumir até dez vezes mais eletricidade até 2026 se comparado a 2023. Com o crescimento da demanda, também surgem novos desafios, como a necessidade de sistemas de resfriamento mais eficientes.
A parceria entre Schneider Electric e Nvidia tem como foco principal o desenvolvimento de ferramentas que ajudem operadoras de data centers a lidar com os desafios de energia e sustentabilidade gerados pela crescente adoção de AI. Isso inclui estratégias de resfriamento e infraestrutura de AI e suporte consultivo, para alcançar metas de sustentabilidade.
Entre as inovações propostas, há referências de arquiteturas de data centers, que delineiam requisitos energéticos e sistemas de resfriamento. Além disso, será disponibilizado acesso a planos digitais e informações em tempo real, auxiliando na construção de novos data centers que sejam energeticamente eficientes. O objetivo é estabelecer uma infraestrutura digital mais sustentável e pronta para os desafios da AI.
Para o desenvolvimento deste projeto, equipes de tecnologia e engenharia da Schneider Electric colaboraram intimamente com os técnicos da Nvidia. Sharma destaca que essas equipes trabalharam em conjunto para desenvolver e testar as soluções que estão sendo implementadas.
A nova arquitetura de referência co-desenvolvida promete oferecer suporte a clusters de servidores de alto desempenho, capazes de operar com até 132 kilowatts por rack de servidor. Essa abordagem inovadora utiliza superchips da Nvidia, projetados especificamente para aplicações de AI.
Outro aspecto crucial do design é o suporte à resfriamento líquido, que visa utilizar água ou fluidos resfriantes para eliminar o calor gerado por grandes unidades de processamento. As novas propostas da Schneider Electric fortalecem a capacidade de seus clientes de construir data centers que enfrentem desafios energéticos e de resfriamento de maneira mais sustentável.
O uso de modelagem virtual e testes demonstrou que as novas arquiteturas de referência podem diminuir o consumo energético em resfriamento em aproximadamente 20%, além de reduzir o tempo necessário para o projeto e a construção de novos data centers em cerca de 30%. Além de otimizar os custos, essa iniciativa proporciona um aumento na sustentabilidade, garantindo vantagens competitivas para os clientes.
O compromisso de Schneider Electric com a inovação se mantém firme, com planos de continuar desenvolvendo mais designs de referência em colaboração com a Nvidia nos próximos anos. A empresa também busca criar designs que possam acomodar níveis ainda maiores de consumo de energia, juntamente com a tecnologia de refrigeração necessária para evitar superaquecimento e para gerenciar o consumo energético de forma eficaz.