O uso de assistentes virtuais, conhecidos como "companheiros de IA", entre adolescentes nos EUA está ganhando destaque, levantando preocupações entre especialistas. A ONG Common Sense Media, que atua na classificação de conteúdo para menores, alerta que aproximadamente 72% dos adolescentes já interagiram com plataformas como Character.AI e Replika, utilizadas para conexões sociais e apoio emocional.
Esses dados são provenientes de um estudo recente que revela que mais da metade dos adolescentes utiliza essas ferramentas diversas vezes por mês. Apesar da popularidade, a ONG enfatiza os riscos associados ao uso desses assistentes virtuais, que são projetados para simular relacionamentos pessoais. A falta de controle nessas interações pode ter consequências negativas para a saúde mental dos jovens.
A pesquisa indica que um terço dos adolescentes que usam esses "companheiros" o fazem para praticar conversas e manter relacionamentos amistosos ou românticos. No entanto, a Common Sense Media expressou preocupação com a possibilidade de que esses assistentes virtuais, que podem atuar como amigos ou confidentes, prejudique o desenvolvimento emocional e social das crianças.
Os especialistas destacam que os perigos do uso desses serviços não podem ser ignorados. Uma tragédia recente envolvendo um adolescente de 14 anos que se suicidou após formar um vínculo com um companheiro de IA exemplifica os riscos reais e sérios que essas tecnologias podem representar. A ONG ressalta que essas ferramentas tendem a concordar com as opiniões dos usuários, evitando a promoção de reflexões necessárias, um ponto crítico para o desenvolvimento de cérebros jovens.
De acordo com as recomendações da organização, a melhor abordagem seria limitar o acesso de menores a ferramentas de inteligência artificial que simulem relações interpessoais. A constante interação com acompanhamentos virtuais pode ter um impacto duradouro nos hábitos emocionais dos adolescentes, formando dependências que afetam suas habilidades sociais.
Assim, a discussão sobre o uso de "companheiros de IA" pelas novas gerações continua, demandando atenção de pais, educadores e legisladores para encontrar um equilíbrio seguro entre a tecnologia e o desenvolvimento saudável dos jovens.