Uma nova pesquisa realizada pela Genial/Quaest revela um quadro alarmante sobre a percepção das emendas parlamentares no Brasil. A maioria da população, 72%, afirma não ter conhecimento do montante bilionário que é destinado a deputados e senadores, enquanto 82% acreditam que esses recursos são desviados e usados para corrupção.
O estudo destaca que apenas 27% da população está ciente da soma expressiva que chega a R$ 50 bilhões, a qual é disponibilizada anualmente a esses parlamentares. A desconfiança é particularmente acentuada entre os cidadãos de baixa renda, com 83% dos entrevistados que ganham até dois salários mínimos afirmando desconhecer as emendas, em comparação com 59% entre os que possuem rendimentos superiores a cinco salários mínimos.
Quando questionados se os parlamentares deveriam ter acesso a essas emendas, a opinião se divide: 38% apoiam o acesso, enquanto 46% se opõem e 16% não souberam responder. O que realmente assusta é a crença de que a totalidade dos recursos, 82%, é destinada à corrupção, com apenas 9% dos entrevistados acreditando que as emendas realmente chegam às cidades como deveria.
A discussão sobre emendas parlamentares ganhou destaque a partir de 2015, quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tornou-as impositivas. A dinâmica se intensificou durante a presidência de Jair Bolsonaro, resultando em um aumento significativo nos valores empenhados. Por exemplo, em 2022, foram empenhados R$ 44,3 bilhões, enquanto, em 2023, o montante foi de R$ 35,4 bilhões, refletindo uma mudança drástica na negociação entre o Legislativo e o Executivo.
A pesquisa também avaliou a aprovação geral do Congresso, onde 51% dos entrevistados desaprovam o trabalho realizado, e 42% aprovam, números que se assemelham à imagem do governo Lula. Este governo, por sua vez, também enfrenta riscos, com 53% de desaprovação e 43% de aprovação. Entre os cidadãos de baixa renda, o apoio ao Congresso é notável, com 47% aprovando e 44% desaprovando.
As visões sobre o Congresso variam conforme a origem política: 48% dos eleitores de Lula aprovam a atuação do Legislativo, enquanto entre os apoiadores de Bolsonaro, esse número cai para 41%. A atual relação entre Executivo e Legislativo é tensa, culminando em conflitos recentes, como o caso do IOF, que resultou em um impasse jurídico envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF).