Carla Zambelli, deputada brasileira do PL-SP, foi detida na Itália e poderá enfrentar um extenso processo de extradição, que pode durar até dois anos. A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sua extradição dependerá não apenas de decisões judiciais, mas também de uma avaliação política do governo italiano, liderado por Giorgia Meloni.
A detenção de Zambelli em território italiano leva à ativação de um complexo procedimento de extradição, regido por tratados bilaterais entre Brasil e Itália. A primeira fase do processo envolve o Ministério da Justiça italiano, que avaliará a detenção provisória. Se decidir por mantê-la, o caso será enviado à Corte de Apelação de Roma, que decidira se a deputada continuará sob custódia enquanto aguarda o trâmite de extradição.
Na sequência, o Ministério Público italiano se pronuncia, assim como a defesa de Zambelli. Ambas as partes poderão recorrer à Corte de Cassação caso não concordem com a decisão da Corte de Apelação. Mesmo que a Justiça italiana autorize a extradição, a palavra final reside no Ministério da Justiça, que determinará se a parlamentar será ou não enviada de volta ao Brasil. Esta decisão é de natureza política.
O governo de Giorgia Meloni, que possui vínculos ideológicos com uma parte da base política de Zambelli, pode apresentar resistência em relação à extradição, mesmo que haja autorização judicial. Se houver um movimento favorável ao processo de extradição, a defesa ainda possui a opção de contestar a decisão no Tribunal Administrativo Regional (TAR) do Lácio, e posteriormente, recorrer ao Conselho de Estado, última instância da Justiça administrativa italiana.
Especialistas em extradição prevêem que, considerando um cenário otimista, o processo poderá ser finalizado em até dois anos. Entretanto, existem preocupações sobre a possível liberação de Zambelli a qualquer momento, especialmente se o governo italiano decidir não mantê-la presa ou se houver demora na tramitação do caso. O histórico de extradições frequentemente envolve longas disputas jurídicas, além de considerações políticas que podem influenciar o resultado.
O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido de extradição de Zambelli, tampouco se há negociações em andamento com as autoridades italianas. O caso ressalta a complexidade das relações diplomáticas e os desafios que envolvem a extradição de cidadãos entre países com sistemas jurídicos distintos.