Um bondinho histórico em Lisboa, o Elevador da Glória, descarrilou nesta quarta-feira, deixando um saldo inicial de 16 mortos e 21 feridos, segundo autoridades portuguesas. O acidente ocorreu por volta das 18h05 no horário local, quando o veículo descia em direção à Praça dos Restauradores e, de acordo com a imprensa, colidiu com um edifício antes de tombar. O governo português declarou luto nacional e as investigações ficam a cargo das autoridades competentes, com a Polícia Judiciária e o Ministério Público coordenando os trabalhos. O caso envolve uma linha que já opera desde 1885, conectando duas áreas centrais da cidade e atraindo visitantes de todo o mundo.
Novo capítulo na história de um marco turístico O Elevador da Glória é hoje uma das principais atrações de Lisboa, mantendo vivo o traçado histórico entre o centro da cidade e o Bairro Alto. A linha é composta por dois bondinhos que percorrem trilhos, movidos por um sistema de contrapeso que combina o peso de um carro descendo com a subida do outro. Além disso, os bondinhos contam com motores elétricos que auxiliam a movimentação, em um esquema que permite transportar até 42 pessoas por carro. O trajeto completo é realizado em cerca de três minutos, num deslocamento que oferece aos visitantes uma visão privilegiada da área central de Lisboa.
Condições do acidente e números oficiais Conforme informações divulgadas pelas autoridades, o acidente ocorreu por volta das 18h05 locais e envolveu o desvio do bondinho em direção à Praça dos Restauradores, com o veículo aparentemente colidindo com uma edificação antes de tombar. Enquanto as primeiras informações apontavam 16 mortos, a Polícia Judiciária de Lisboa atualizou o quadro para registrar 17 óbitos, além de 21 feridos. Entre os socorridos, três estavam em estado grave, e as vítimas foram encaminhadas para hospitais da região. O governo português declarou luto nacional em resposta à tragédia.
Possíveis causas e apuração em curso A imprensa portuguesa já levantou hipóteses sobre as causas do descarrilamento. Uma linha de investigação aponta para o rompimento de um cabo que liga os dois bondinhos da linha, enquanto outra hipótese mencionada pela SIC Notícias envolve falha nas travas do veículo. A Polícia Judiciária e o Ministério Público conduzem as apurações, e a Carris, empresa responsável pela operação, informou que todas as manutenções estavam em dia e abriu um inquérito interno para esclarecer as circunstâncias do acidente.
Vítimas, estrangeiros a bordo e resposta local A Embaixada do Brasil em Portugal informou que, até o momento, não há relatos de brasileiros entre as pessoas feridas ou mortas. As autoridades portuguesas confirmaram a presença de estrangeiros a bordo, sem detalhar suas nacionalidades. Diante da tragédia, as equipes de emergência deram apoio imediato aos feridos e os encaminharam para unidades hospitalares da região, enquanto equipes de socorro trabalhavam para resgatar outras possíveis vítimas. A repercussão internacional levou governos e organismos a manifestarem solidariedade às famílias das vítimas e aos trabalhadores envolvidos nas operações de resgate.
Como funciona o sistema do Elevador da Glória A linha de Lisboa é operada por dois bondinhos que ligam a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto. Os veículos circulam em trilhos e estão conectados a um cabo, funcionando com um sistema de contrapeso: o peso do bondinho que desce facilita a subida do outro. Além disso, cada carro é equipado com motores elétricos que ajudam a movimentação, aumentando a eficiência da operação. A capacidade de cada carro é de até 42 pessoas, o que ressalta o fluxo intenso de visitantes que a atração recebe diariamente. O trecho entre os dois pontos centrais oferece uma visão panorâmica da cidade, enriquecendo a experiência de quem visita Lisboa.
Operações suspensas e impacto imediato Em meio à investigação, a Câmara de Lisboa determinou a suspensão temporária das operações dos elevadores da Bica e do Lavra, bem como do Funicular da Graça, para inspeção. Os demais bondinhos, incluindo o famoso elétrico 28, devem continuar operando conforme a avaliação das autoridades de trânsito e segurança. A paralisação temporária de alguns serviços cria um periodo de avaliação técnica e de revisões nos procedimentos de segurança, com impacto direto no turismo da cidade, que costuma receber milhões de visitantes diariamente.
A história do Elevador da Glória e seu papel na cidade Inaugurado em 1885, o Elevador da Glória conecta o centro de Lisboa ao Bairro Alto, conhecido pela vida noturna e pelo Miradouro de São Pedro de Alcântara, que oferece uma das vistas mais icônicas da cidade, incluindo o Castelo de São Jorge. O bondinho opera em dois percursos distintos: Glória – S. Pedro de Alcântara, na subida, e Glória – Restauradores, na descida. Estima-se que cerca de três milhões de pessoas utilizem a linha a cada ano, que pode alcançar alturas de mais de 40 metros. O trajeto, que dura aproximadamente três minutos, continua a ser um símbolo do patrimônio urbano de Lisboa, atraindo residentes e turistas que desejam vivenciar a história da capital portuguesa.
À medida que as autoridades avançam com as investigações, o desfecho do caso e as medidas que irão assegurar a continuidade segura do Elevador da Glória permanecem incertos. O que é certo é que a cidade de Lisboa está diante de um episódio que também coloca à prova a gestão de bens históricos e a preparação de protocolos de resposta a emergências em contextos turísticos de alto fluxo. As próximas semanas deverão indicar se o bondinho continuará a fazer parte do cotidiano de milhares de visitantes ou se serão implementadas mudanças estruturais para evitar novos incidentes no futuro.