Um cenário encorajador começa a emergir no debate sobre habitação, especialmente naquelas voltadas ao aluguel social. Sob pressão de líderes da esquerda e prefeitos de grandes cidades como Barcelona, Roma e Paris, a expectativa em torno da ativação de uma linha orçamentária de habitação na União Europeia aumenta. O Parlamento Europeu apresenta propostas, porém, a dependência do mercado gera incertezas sobre o futuro das moradias de proteção oficial.
Na Espanha, a discussão sobre o Plano Estadual de Habitação 2026-2030 ganha força. A ministra Isabel Rodríguez promete triplicar o financiamento para habitações de proteção oficial, alcançando 7 bilhões de euros, desde que as administrações regionais façam o mesmo e garantam a proteção de seus imóveis públicos. No entanto, governadores do Partido Popular demonstram hesitação, preferindo uma abordagem mais voltada ao mercado. O orçamento de Aragón, por exemplo, prevê apenas 31,5 milhões para o setor.
Andaluzia e Madrid apresentam orçamentos consideráveis, mas ainda abaixo do necessário para enfrentar a demanda habitacional. Em Madrid, 669 milhões são destinados à habitação, com 228,2 milhões para habitação de proteção oficial. Apesar do quadro ainda tímido, há um leve aumento nas classificações definitivas de habitação no primeiro trimestre em Madrid e na Andaluzia.
Um aspecto importante a ser observado é a ineficácia da desclassificação das moradias protegidas, resultando em apenas 2,5% do total de residências em vez dos 38% que poderiam existir. Essa afirmação vem de um diagnóstico do Conselho Superior de Arquitetos da Espanha e destaca a necessidade de uma abordagem mais rigorosa.
Catalunha, por sua vez, dá um passo audacioso. O governo prometeu, em um ano, a construção de 50.000 unidades de habitação de proteção oficial até 2030, com um investimento total de 4,4 bilhões de euros. Salvador Illa apresentou resultados animadores, mencionando que 31.000 dessas moradias estão em andamento, além de 7.000 em produção e 1.800 adquiridas de terceiros, evidenciando um crescimento significativo comparado a outras regiões.
Além disso, o governo catalão planeja envolver o setor privado na promoção de 210.000 novas unidades habitacionais, a serem entregues após 2030, sinalizando uma possível recuperação do mercado imobiliário se determinadas propostas forem efetivamente implementadas. O diálogo contínuo com parceiros do setor e a necessária aceleração nas construções habitacionais se tornam uma prioridade.