O Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ) confirmou, por unanimidade, Teresa Peramato como a nova fiscal geral do Estado, substituindo Álvaro García Ortiz. Este último renunciou na segunda-feira após ser condenado a dois anos de inabilitação devido a uma revelação de segredos, relacionada ao empresário Alberto González Amador, que enfrenta acusações de fraude fiscal.
A aprovação do CGPJ, que comprova que Peramato "reúne os méritos e requisitos exigidos para ser nomeada fiscal geral do Estado", é um processo não vinculante, mas necessário. A validação abre caminho para que o Governo apresente a proposta ao Congresso, onde a nova fiscal será ouvida pela Comissão de Justiça.
A intenção do Executivo é acelerar a posse de Peramato para evitar um período de interinidade até a publicação oficial da demissão de García Ortiz no Boletim Oficial do Estado (BOE).
Teresa Peramato, uma profissional com uma carreira de 35 anos no ministério público, foi fiscal de Sala, a mais alta categoria do cargo, desde 2021, quando assumiu a liderança da Fiscalía contra a Violência de Gênero. A nova fiscal geral já era a chefe da Seção Penal da Fiscalía do Tribunal Supremo, o que solidifica sua experiência no cargo.
A escolha de Peramato é bem recebida entre as associações de fiscais, um consenso raro em uma carreira frequentemente marcada por divisões. Seu histórico e reputação favoreceram sua indicação, especialmente em um contexto em que o CGPJ estava sob escrutínio, após cinco anos de mandato prorrogado e a falta de consenso entre os partidos principais, PSOE e PP.
A expectativa é que sua nomeação contribua para restaurar a confiança na instituição, diante de um cenário político e judicial complexo que envolve a política espanhola e questões sociais, como a violência de gênero. Assim, o CGPJ inicia um novo capítulo ao eleger uma profissional respeitada e experiente para um papel tão crucial na Justiça do país.