O caso envolvendo a ex-militante do PSOE, Leire Díez, e o empresário Javier Pérez-Dolset ganha novos desdobramentos com a convocação de testemunhas chave. O juiz Arturo Zamarriego, responsável pelo Juzgado de Instrucción número 9 de Madrid, agendou para o dia 2 de fevereiro o depoimento do ex-secretário de organização do PSOE, Santos Cerdán, e do atual secretário de Estado de Telecomunicações, Antonio Hernando.
A investigação segue a linha de um suposto "plano delitivo" que teria como objetivo desacreditar as cúpulas da Fiscalía Anticorrupción e da Unidade Central Operativa da Guarda Civil. Os dois réus, Díez e Dolset, enfrentam acusações de tentar desarticular investigações relacionadas a políticos e empresários.
Recentemente, o juiz solicitou esclarecimentos ao PSOE sobre a filiação de Leire Díez, além de informações sobre a natureza de seu trabalho dentro do partido. A expectativa é que esses depoimentos ajudem a esclarecer se Díez mantinha relações formais com a organização ou se atuava de maneira independente, como alega. Em gravações, ela é ouvida mencionando Cerdán como sua "mão direita".
Nos desdobramentos da investigação, o empresário Javier Dolset confirmou reuniões com Cerdán, onde discutiram indícios de que eles haviam sido alvo de espionagem. Antônio Hernando estava presente em pelo menos uma dessas reuniões.
O juiz Zamarriego também decidiu convocar o construtor Luis del Rivero, que organizou uma reunião em que Díez se encontrou com o promotor Ignacio Stampa. Essa reunião, gravada por Stampa, revela que Díez se reportava a Cerdán e discutiu a limpeza de irregularidades na Fiscalía e Polícia.
Além disso, o caso inclui mais gravações que reforçam as acusações contra os réus, com diálogos que sugerem propostas para negociação dos casos de fraude com a Fiscalía. Antônio Hernando e Santos Cerdán, bem como Del Rivero, serão interrogados na mesma data em que Hamlyn, outro participante das reuniões, também foi convocado como testemunha.