Em tempos de elevada ansiedade e estresse, a alimentação pode ser um aliado poderoso. Especialistas destacam que a relação entre dieta e nível de estresse é significativa, e alimentos como kiwi, abacate e chocolate amargo se mostram eficazes na produção de hormônios do bem-estar.
De acordo com a nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), "o estresse é uma resposta natural do organismo a situações de risco, e embora ele possa ser benéfico em doses moderadas, o seu excesso é prejudicial". Essas declarações reforçam a importância de práticas alimentares saudáveis no manejo do estresse.
Os hormônios do bem-estar, como a serotonina, essencial para a saúde mental, são majoritariamente produzidos no intestino. A endocrinologista Deborah Beranger salienta que "além dos alimentos, o hábito de se alimentar também influencia. Refeições feitas em ambientes tranquilos e sem distrações tecnológicas ajudam a reduzir os níveis de estresse".
Os especialistas ressaltam que alimentos processados e ricos em açúcar podem aumentar a inflamação e, consequentemente, elevar os níveis de estresse. "Dietas pobres em nutrientes são associadas à neuroinflamação, prejudicando a produção de hormônios importantes", afirma a nutricionista Priscilla Primi.
Por outro lado, consumir uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes e fontes de gordura saudável, contribui significativamente para a saúde mental. Primi elucida: "Alimentos como banana, que é rica em triptofano, e abacate, fontes de ômega 3, são essenciais na produção de neurotransmissores que combatem a ansiedade e o estresse".
Além de kiwi e abacate, outros alimentos benéficos incluem chocolate amargo, que, com sua alta concentração de flavonoides, tem um papel importante na modulação do humor e na melhoria da função cognitiva. Frutas cítricas como acerola e laranja são ricas em vitamina C, essencial para a redução do cortisol, o hormônio do estresse.
Chás calmantes, como camomila e melissa, são aliados na redução da ansiedade, devido à sua alta concentração de flavonoides. Chás como o chá verde e matchá também são importantes, pois podem aumentar a produção de serotonina e dopamina no organismo.
A saúde intestinal é outro ponto fundamental que influencia a saúde mental, já que a maioria dos hormônios de bem-estar é sintetizada no intestino. A manutenção de uma microbiota saudável, através de uma dieta rica e variada, é crucial para a produção de serotonina.
Segundo a endocrinologista Beranger, "ingerir probióticos, seja através de suplementos ou alimentos como iogurte e kefir, melhora não só a flora intestinal, mas também o bem-estar e reduz o estresse".
Portanto, melhorar a alimentação é um passo importante no combate ao estresse, promovendo não apenas a saúde física, mas também um equilíbrio mental desejável.