Análise de Caiado sobre o crime organizado
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), voltou a enfatizar a urgência de classificar facções criminosas como organizações terroristas, destacando o controle que exercem sobre diversas áreas, em especial a Amazônia. Em entrevista ao programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, Caiado rebateu críticas à sua proposta, que seriam justificativas para a inação do governo federal em relação ao crime organizado.
Segundo Caiado, o Brasil não perderia soberania ao enfrentar suas facções, mas, ao contrário, a inação é que compromete a autonomia nacional. "Isso mais uma tese absurda para justificar a omissão do governo. Nenhum país perdeu soberania por combater suas próprias facções", defendeu. Ele reiterou que a falta de ação contra grupos como o Comando Vermelho e o PCC resulta em uma verdadeira ocupação do território nacional por essas organizações.
Crime organizado em ascensão na Amazônia
Caiado acusou os governos petistas de entregarem a Amazônia ao crime organizado, com o espaço agora sob controle de facções nacionais e internacionais. "A Amazônia brasileira hoje 100% comandada por facções brasileiras, colombianas, mexicanas e venezuelanas", afirmou, assinalando a gravidade da situação e a relação direta com a perda de soberania.
Ele mencionou que esta proliferação do crime é mais notável em estados governados há décadas pelo PT, como a Bahia. "Onde está a soberania do cidadão que não pode visitar um parente em outro bairro sem medo de morrer? Isso é o retrato do Brasil governado por quem convive bem com o crime", criticou Caiado, acentuando a necessidade de uma mudança na abordagem de segurança pública.
Críticas diretas a Lula e sua relação com o crime
O governador de Goiás não poupou críticas ao presidente Lula, sugerindo que o líder petista mantém um relacionamento próximo com o crime organizado e utiliza comunidades carentes como palanques eleitorais. "O único que entra nas comunidades dominadas pelo tráfico é o Lula", afirmou Caiado, sublinhando a facilidade com que Lula visita as favelas, ao contrário de outros candidatos. Ele relacionou essa aproximação a soluções impróprias para a segurança pública.
Perspectivas eleitorais e polarização política
A entrevista reforça o clima de polarização que marcará a eleição de 2026. O governo federal se move com a criação de um escritório emergencial e propostas como a PEC da Segurança, enquanto lideranças de direita, como Caiado, tentam se posicionar como porta-vozes de um novo modelo de segurança que contrasta com as políticas sociais do governo atual. Caiado, apresentado como um possível candidato à presidência pela centro-direita, enfatizou que a escolha entre restabelecer a ordem ou continuar sob domínio do crime será a questão central da campanha: "A escolha é simples: ou continuamos sob o domínio do crime, ou restauramos a autoridade do Estado. Essa é a batalha do nosso tempo", concluiu.