Empresário é acusado de homicídio triplamente qualificado em BH
O empresário Renê Nogueira Júnior, réu em um caso de homicídio triplamente qualificado, está no centro de uma investigação que ganhou notoriedade em Belo Horizonte. De acordo com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Júnior é acusado de matar Laudemir de Souza Fernandes, um coletor de lixo, com uma arma pertencente à sua esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira.
O crime ocorreu em agosto de 2025, em Vista Alegre, após uma discussão de trânsito. A acusação aponta que Renê pesquisou "gari morto" na internet após a ocorrência, um detalhe que o Ministério Público considera relevante, indicando a consciência de culpa do empresário.
Segundo os promotores, a investigação revelou que o disparo não foi acidental. Mensagens trocadas entre Júnior e sua esposa demonstram que ele havia pedido que ela não entregasse a arma utilizada no crime. Isso evidencia uma tentativa de ocultação de responsabilidade, segundo as interpretações do MP.
Os promotores destacam que o crime foi motivado por uma questão fútil, já que o réu estava insatisfeito com a obstrução parcial do tráfego e expressou desdém em relação aos trabalhadores que estavam exercendo suas funções. Tal atitude ilustra a brutalidade do ato, que foi considerado desproporcional em relação à situação que ocorreu.
No documento do MP, é mencionado que, tanto durante o depoimento à polícia quanto em juízo, o empresário negou ser o autor do homicídio. No entanto, em uma carta divulgada duas semanas após o fato, Renê descreveu o disparo como um acidente, contradizendo sua posição anterior. Além disso, ele admitiu ter disparado em direção a Laudemir durante uma discussão.
A tragédia se desenrolou quando Júnior, dirigindo um carro da marca BYD, se aproximou de um caminhão de lixo. Ao ameaçar a motorista do caminhão, uma testemunha relatou que questionou Renê sobre suas intenções, o que culminou na situação onde o empresário disparou a arma. Segundo o relato, a testemunha alertou Laudemir sobre o armamento de Júnior, mas a situação escalou rapidamente, resultando no disparo fatal.
Os investigadores, com o auxílio de câmeras de segurança, conseguiram identificar o veículo utilizado por Renê e confirmaram sua participação no crime. A motorista do caminhão de lixo ajudou na identificação ao fornecer dados adicionais sobre a placa do veículo.
Esse caso levanta questões cruciais sobre a responsabilidade e a impunidade em situações que envolvem violência e desprezo pela vida humana. A sociedade mineira aguarda um desfecho justo, enquanto o empresário se prepara para enfrentar o júri popular, um passo importante na busca por justiça para Laudemir de Souza Fernandes.