Divisão entre bolsonaristas marca disputa ao Senado em SP
A corrida pela segunda vaga ao Senado em São Paulo, marcada para 2026, revela uma acirrada disputa entre bolsonaristas, evidenciando profundos desentendimentos internos e articulações estratégicas. O ex-secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, emerge como um forte candidato à vaga, enquanto nomes como Ricardo Salles e a deputada federal Rosana Valle, apoiada por Michelle Bolsonaro, também competem pela oportunidade.
Michelle, ex-primeira-dama, tenta reforçar a candidatura de Rosana Valle, uma aliada próxima. O apoio de Michelle busca consolidar a figura feminina dentro do campo bolsonarista, especialmente em busca de votos que podem ser decisivos nas eleições. Contudo, as dúvidas sobre a disposição de Rosana em abrir mão de sua reeleição na Câmara para uma disputa ao Senado ainda persistem, levando a especulações sobre o futuro político da deputada.
O cenário se torna ainda mais complexo com a presença de outros candidatos, como Dr. Marco Feliciano, coronel Mello Araújo e Tomé Abduch, todos figures que também buscam seu espaço nessa disputa acirrada. Há uma tensão notável entre Salles e Valdemar Costa Neto, líder do PL, que expressa a intenção de evitar a indicação de Salles para a candidatura, dada a relação tumultuada entre ambos.
Além das disputa internas, o apelo feminino promovido por Michelle pode ser uma moeda de troca importante nas articulações, com a intenção de garantir um consenso em torno de Rosana Valle. A ex-primeira-dama deixou claro, em recente evento, que tem suas próprias opiniões, dificultando as tentativas de representar um consenso absoluto entre os partidos aliados ao presidente.
Derrite, que manifestou interesse em formar uma dobradinha com Salles, vê valor em unir forças e tornar a campanha mais robusta. Esse movimento poderia não apenas fortalecer sua base, mas também trazer uma nova dinâmica ao campo político em São Paulo. Assim, a articulação de alianças e rivalidades se intensifica conforme as eleições se aproximam, sublinhando o pragmatismo da política brasileira.
À medida que as conversas e estratégias se intensificam, a questão da legitimidade e da retórica interna dos partidos continuará a causar repercussões potenciais. O governo de Tarcísio de Freitas também será um fator crucial, visto que ele possui grande influência nas decisões do PL e na definição da chapa.
No contexto mais amplo, a eleição para o Senado em São Paulo simboliza um microcosmo das lutas internas do bolsonarismo, refletindo não apenas interesses em jogo, mas uma batalha pela narrativa política que determinará o futuro do partido e de seus aliados na política nacional.
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