Em um caso alarmante que levanta questões sobre a segurança animal em creches, uma empresa de Santos, São Paulo, foi condenada a indenizar uma tutora após seu cão perder um olho devido a um ataque de outro animal no local. O incidente ocorreu em agosto de 2024, quando o cão, da raça Spitz, conhecido como Loui, foi deixado na creche Almesias Dogs Science. Inicialmente, a tutora foi informada de que Loui havia se machucado ao bater a cabeça, mas logo descobriu que, na verdade, ele havia sido atacado por uma cadela.
A Justiça decidiu que a creche deveria pagar R$ 20 mil por danos morais, além de ressarcir todas as despesas veterinárias. O juiz Frederico dos Santos Messias, da 4ª Vara Cível de Santos, enfatizou a responsabilidade da creche em garantir a segurança e o bem-estar dos animais sob seus cuidados, uma vez que esse é o cerne do serviço que prestam.
A tutora tinha confiança na creche, que era administrada por um adestrador supostamente experiente. No entanto, a falta de supervisão durante o incidente resultou em uma grave lesão no animal, culminando na perda do olho esquerdo de Loui. Além do trauma físico, o cão desenvolveu transtorno pós-traumático, o que exigiu um acompanhamento veterinário especializado.
O juiz destacou que a creche deve ter responsabilidade objetiva, pois, como prestadora de serviços de cuidado animal, era sua obrigação garantir a segurança dos cães enquanto sob seu acompanhamento. A alegação da defesa de que o ataque foi um acidente imprevisível foi refutada, evidenciando falhas na vigilância que poderia ter prevenido o ataque.
A creche, por sua vez, argumentou que o ocorrido foi um acidente infeliz e que prestou assistência imediata ao encaminhar Loui ao veterinário. Mesmo assim, o advogado da creche expressou a intenção de recorrer da decisão, considerando a indenização excessiva. Já a tutora ressaltou a importância de alertar a sociedade sobre a necessidade de cuidados adequados com os animais, enfatizando que o caso pode ser um exemplo de como a negligência pode levar a graves consequências.
Além da decisão judicial, este caso lança luz sobre a necessidade de protocolos mais rigorosos em estabelecimentos que cuidam de animais, destacando a responsabilidade e o dever de cuidado que esses locais têm com seus clientes e seus animais de estimação. À medida que o debate sobre a segurança em creches para animais se intensifica, é crucial que tutores e proprietários desses estabelecimentos reflitam sobre as melhores práticas e a importância do bem-estar animal.
