O aplicativo GigU, que promete ajudar motoristas e trabalhadores de entregas a escolher corridas mais lucrativas, acaba de ser lançado nos Estados Unidos. Anteriormente, a ferramenta enfrentou a resistência da Uber, que entrou em uma batalha legal no Brasil devido a suas funcionalidades. Com o crescimento da seleção feita por motoristas, a necessidade de informações mais precisas sobre a rentabilidade das corridas se tornou um fator crucial.
O recurso mais destacado do GigU, chamado "cherry picker", utiliza dados visíveis na tela do motorista ao receber uma oferta de serviço. Com isso, o aplicativo calcula estimativas de ganho por milha e por hora, ajudando os motoristas a acceptarem ou rejeitarem os trabalhos de forma mais informada. Atualmente, o aplicativo é compatível apenas com dispositivos Android.
Luiz Gustavo Neves, CEO e cofundador do GigU, explica que os motoristas tendem a aceitar qualquer oferta apresentada, sem uma análise mais profunda sobre a rentabilidade. A crescente preocupação com os custos de manutenção do carro e a pressão inflacionária fazem com que a escolha de corridas se torne mais urgente. O GigU é apenas uma das várias ferramentas de terceiros projetadas para fornecer mais informações aos motoristas e aumentar sua rentabilidade.
No GigU, os usuários definem faixas específicas de pagamento e, no caso de corridas de transporte, também as avaliações dos passageiros. Baseando-se nessas preferências, o aplicativo classifica as ofertas em cores: verde para as mais lucrativas, amarelo para as medianas e vermelho para as menos vantajosas. Essa abordagem visual permite que os motoristas identifiquem rapidamente as melhores opções.
Os fundadores do GigU, Neves e Pedro Inada, iniciaram sua jornada com a criação do StopClub no Brasil, um espaço para motoristas comerem e cuidarem de seus carros. Com a pandemia, eles evoluíram para desenvolver um aplicativo que atendesse as necessidades dos trabalhadores de forma remota. Após o sucesso inicial, o GigU recebeu aproximadamente 5 milhões de dólares em financiamento para expandir suas operações nos EUA.
Ainda assim, o GigU não possui parcerias diretas com plataformas como Uber ou Lyft. A batalha legal em torno de funcionalidades semelhantes em seu aplicativo anterior revelou a insistência da Uber em proteger seus dados e práticas comerciais. Em resposta, um representante da Uber afirmou que o uso de ferramentas de automação para manipular seus dados violaria as diretrizes da empresa, embora a parte legal continue em aberto no Brasil.
Os fundadores do GigU garantiram que seu aplicativo não interfere no funcionamento da plataforma Uber. O objetivo é simplesmente ajudar os motoristas a implementar um sistema de transparência que beneficie sua tomada de decisão e maximize seus ganhos. Essa inovação pode ser exatamente o que muitos trabalhadores do setor precisavam para gerenciar melhor suas atividades e, assim, alcançar uma rendibilidade mais satisfatória.