Bryan Santos Cerqueira Pinto, um menino de 1 ano, faleceu após complicações médicas em São Carlos. Reprodução: Globo
O Ministério Público de São Paulo decidiu arquivar a investigação sobre a morte do menino Bryan Santos Cerqueira Pinto, ocorrida em 30 de abril de 2024, no Hospital Universitário de São Carlos. Com apenas 1 ano e 11 meses, a criança faleceu após um procedimento de intubação que gerou controvérsias sobre sua execução.
Segundo o relatório divulgado pelo MP, o tubo de intubação encontrado em um local incorreto não sinaliza necessariamente que houve erro no procedimento. É possível, segundo especialistas, que o tubo tenha se deslocado durante o transporte, sem que houvesse falhas no atendimento realizado pelos profissionais de saúde.
A família de Bryan acredita que houve negligência e busca respostas para as circunstâncias que levaram à morte do garoto. Eles têm agora um prazo de um mês para recorrer da decisão do MP, que não exclui a responsabilidade civil do estado pela falha no atendimento médico prestado à criança.
No dia 28 de abril de 2024, Bryan foi levado à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) com febre. Após a solicitação de internação pela Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross), a família aguardou por mais de nove horas sem conseguir uma vaga. A situação se agravou e, após chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Bryan foi intubado e transportado para o Hospital Universitário.
Durante o atendimento, os médicos informaram aos pais que o menino estava em estado gravíssimo, com apenas 20% de chance de sobrevivência, o que gerou desespero na família. Janaína, mãe de Bryan, relata que a intubação era um procedimento necessário e que esperava melhores resultados. Infelizmente, a situação do garoto não melhorou e a intubação foi confirmada como feita de maneira incorreta, no estômago da criança.
Com a perda do filho, Janaína expressou sua dor ao lembrar do momento em que se despediu. "O médico me disse que a intubação não tinha sido feita corretamente. Colocaram ele no meu colo e ali meu chão desabou", declarou a mãe, ressaltando a tragédia enfrentada e a busca por justiça em memórias tão dolorosas.
Enquanto isso, o Conselho Regional de Medicina segue investigando o caso sob sigilo, cumprindo as normas legais, mas a família aguarda respostas e espera que a verdade sobre a morte de Bryan seja revelada.