Os proprietários de imóveis para aluguel de temporada em Barcelona registraram quase 9.400 unidades na ventanilha única digital do Ministério de Habitação. Desde 1º de julho, torna-se obrigatória essa inscrição para as propriedades que são anunciadas em plataformas de transação econômica, como o Airbnb.
No momento, 6.199 imóveis já possuem um número de identificação, enquanto 3.195 estão registados provisoriamente. No entanto, tanto os Agentes de Propriedade Imobiliária (API) quanto a Câmara de Propriedade Urbana de Barcelona consideram que esses números não refletem a realidade, já que muitos anúncios são feitos em portais como o Idealista, onde não ocorre transação financeira.
Os aluguéis temporários já representam 26% dos novos contratos na cidade. Essa modalidade está sendo utilizada por proprietários como uma forma de contornar a regulação de preços. Apenas no último trimestre de 2024, os aluguéis de temporada contabilizaram 2.727 contratos de um total de 8.406 novos registros que ocorreram ao longo do ano.
Além disso, de acordo com os dados do 3 de julho, a totalidade de aluguéis de temporada registrados em toda a Catalunha é de 15.535, superando o número de contratos temporários firmados em 2024. Por província, Barcelona lidera com 14.028 imóveis, seguida por Girona com 536, Lleida com 95 e Tarragona com 885.
Carles Sala, porta-voz dos APIs na Catalunha, afirmou que o registro não é uma ferramenta completamente confiável, pois não inclui imóveis que não são anunciados em plataformas de pagamento, como Idealista e Fotocasa. Oscar Gorgues, gerente da Câmara de Propriedade Urbana, concorda que muitos proprietários não se registrarão devido à falta de anúncios em plataformas que geram receita.
Os dados do Ministério indicam que, até 3 de julho, estavam registrados 29.581 imóveis turísticos em toda a Catalunha, com 9.664 localizados na província de Barcelona. O número registrado na cidade é 6.274, abaixo das 10.000 unidades já cadastradas oficialmente pela Generalitat.
A Associação de Apartamentos Turísticos (Apartur) critica a obrigatoriedade do novo registro, afirmando que duplica a exigência já existente na Catalunha e que muitos apartamentos já possuem indicação obrigatória nos anúncios. A diretora de relações institucionais da associação, Sílvia Pastor, lamenta a complexidade do novo procedimento e menciona que está em curso um recurso legal contra a normativa por vulnerar competências regionais e por duplicar processos.
Pastor adverte que as reservas contratadas antes de 1º de julho não devem ser afetadas pela nova regulamentação, ressaltando a necessidade de garantir a continuidade dos anúncios que eram legais até a data de implementação das novas regras.